terça-feira, 5 de outubro de 2010

Uma confusão eleitoral fabricada nos tribunais

Fazendo corpo mole o Supremo Tribunal Federal adiou a decisão sobre a validade da lei da ficha limpa, aprovada pelo Congresso por pressão da sociedade que não suporta mais os políticos corruptos. Deu nisso: 143 fichas sujas ganharam o direito de disputar as últimas eleições e obtiveram 8,6 milhões de votos. No Rio, o ficha suja Anthony Garotinho teve quase 700 mil e carregou nas costas pelo menos quatro ruins de voto. Esse problema poderia ter sido evitado se a corte maior da Justiça tivesse feito o dever de casa, embora eu entenda que uma lei aprovada pelo parlamento e sancionada pelo presidente da República tem de ser cumprida e não discutida.

Ora, se os caras não poderiam ser votados, por que se permitiu suas candidaturas? O que a Justiça vai dizer agora aos mais de 400 mil eleitores que reelegeram Paulo Maluf, um ladravaz de quatro costados, mas que pode se candidatar graças a uma dessas decisões de última hora dada pelo Judiciário? Seria justo desrespeitar a opção legítima dos quase 700 mil eleitores que escolheram Garotinho para representá-los em Brasília? Acho que não.

O que não pode não deveria poder e pronto. Não estou aqui defendendo Maluf ou Garotinho. Levanto é a bandeira dos eleitores. Esses saíram de casa e foram às urnas exercer o direito de escolha e o fizeram dentro da listagem de candidaturas registradas por essa mesma Justiça que uma hora diz que pode e no momento seguinte diz que não.

Temos que perder esse medo de questionar a Justiça. Se a lei foi aprovada é para ser cumprida a partir de sua sanção, independente do que os ministros da corte maior do Judiciário pensam ou não. Lei é lei e tem de ser acatada por mim, por você, pelo juiz, pelo desembargador e pelos ministros das cortes superiores. Lei é lei e ponto final.


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