sábado, 16 de outubro de 2010

Compra de votos pode derrubar três deputados

Paulo Melo, André Corrêa e Graça Pereira foram denunciados por compra de votos e abuso de poder econômico

De olho na presidência da Assembléia Legislativa, o deputado Paulo Mello (PMDB), está na mira da Justiça e corre risco de ter o mandato conseguido na última eleição cassado. Também estão pendurados os parlamentares André Corrêa (PPS) e Graça Pereira (DEM). Os três estão sendo acusados de compra de votos e abuso de poder econômico. Eles foram denunciados na semana passada pelo Ministério Público Eleitoral (MPE). Além de perderem seus mandatos, os acusados poderão ficar inelegíveis por oito anos.

De acordo com a denúncia, o deputado André Corrêa – que tem base eleitoral no Sul do estado – foi beneficiado por abuso de poder econômico, junto com Victor Misquey, presidente do Sindicato Moda Rio Sindiroupas, que teria publicado numa revista destinada aos associados da entidade propaganda do candidato. A promotoria entende que houve uso de entidade sindical na campanha do parlamentar, também denunciado por ter usado o Royal Sport Club, de Barra do Piraí, para fazer campanha. De acordo com o MPE, Andre participou de uma palestra motivacional no clube, onde foram distribuídos ‘santinhos’.

Casada com o vereador do Rio, Jorge Pereira, a deputada Graça Pereira responde por “abuso de poder econômico e conduta vedada”. De acordo com a promotoria, a parlamentar mantinha centro social na Ilha do Governador e encaminhava pacientes para hospitais públicos mediante apresentação de documentos como título de eleitor.

De acordo com uma fonte do Ministério Público Eleitoral, a situação do deputado Paulo Melo seria a mais delicada. Com ele também deverá ser processada a prefeita de Saquarema, Franciane Motta. Segundo a denúncia apresentada pela promotoria, o parlamentar teria recebido a colaboração da prefeita, que é sua mulher, para usar o cadastro de contribuintes inscritos no IPTU para enviar propaganda eleitoral.

Reincidência

Além dos reeleitos Paulo Melo, André Corrêa e Graça Pereira, o Ministério Público Eleitoral denunciou também o candidato a deputado estadual derrotado Flávio Campos Ferreira por compra de votos. Ele foi denunciado com o irmão, Deodalto Ferreira, do qual Flávio é sócio numa maternidade em Belford Roxo, onde eram feitas cirurgias de laqueadura de trompas em troca de votos.

A acusação de compra de votos não é novidade para Flávio. Em 2004 ele foi eleito prefeito de Paracambi e ficou pouco mais de seis meses no cargo. Foi cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por ter comprado, segundo foi denunciado na época, boa parte dos votos que lhe deram a vitória sobre o segundo colocado, André Ceciliano.


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