segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Ficha suja não barra Garotinho

Mesmo condenado por formação de quadrilha, o ex-governador Anthony Garotinho foi mais uma vez consagrado nas urnas: disputando uma vaga de deputado federal pelo PR, ele foi eleito 694.862 votos, 8,69% do total apurado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TER) em todo o estado. A votação expressiva ajudou o partido a aumentar a bancada em Brasília, pois com Garotinho foram eleitos, Adilson Soares, Neilton Mulim, Líliam Sá, Paulo Feijó, Paulo Cesar e Jorge Oliveira, o Zoinho, um metalúrgico aposentado de Volta Redonda.

Governador do Rio entre 1999 a 2002, Garotinho foi condenado pela Justiça Federal a dois anos e seis meses de reclusão por formação de quadrilha. Ele teve a candidatura cassada, mas obteve uma liminar para concorrer e ter os votos computados. Se essa decisão judicial não se manter os votos nominais do ex-governador serão anulados e toda a composição da bancada fluminense na Câmara dos Deputados deverá ser alterada.

A Procuradoria da República havia denunciado o ex-governador em maio de 2008 por "garantir politicamente a manutenção" de um grupo na chefia da Polícia Civil que não reprimia jogos de caça-níqueis no Rio, além de promover corrupção e lavagem de dinheiro. O grupo, segundo a Procuradoria, era comandado pelo ex-chefe da Polícia Civil Álvaro Lins, condenado a 28 anos de prisão por corrupção, lavagem de dinheiro e também formação de quadrilha.

No dia em que a decisão judicial foi divulgada Garotinho escreveu em seu blog que a sentença é uma perseguição às vésperas da eleição. "Além da afirmação do Ministério Público Federal de que eu sabia das supostas atividades do ex-chefe de Polícia Civil, Álvaro Lins, não há, nos autos, rigorosamente, nenhuma acusação ou prova formais contra mim", disse Garotinho.


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