sábado, 26 de junho de 2010

Má gestão causa estragos em Saquarema

Em vez de satisfação, obras da Prefeitura levam prejuízos aos moradores

Nessa quarta-feira a prefeita Franciane Conceição Gago Motta estará completando exatos 546 dias no cargo, um ano e meio de uma administração que para a maioria da população ainda não aconteceu, pois considera que a cidade está parada no tempo, esperando pelos grandes projetos anunciados durante a campanha pelas eleições de 2008, que foi vencida por ela na justiça e não nas urnas.

Até moradores de bairros contemplados com obras, como Boqueirão, Tufa, Itauna e Barra Nova reclamam. Em algumas vias, protestam, o asfalto trouxe problemas em vez de satisfação e os imóveis estão sendo desvalorizados por causa das inundações. Casas avaliadas antes em cerca de R$ 400 mil hoje, dizem os proprietários, não seriam negociadas por mais de R$ 200 mil. A gestão de Franciane, reclamam comerciantes e moradores, está gerando prejuízos para a cidade.

As chuvas de abril causaram muitos danos aos moradores. No bairro Barra Nova, por exemplo, tem ruas alagadas até hoje. A população culpa a Prefeitura pelos estragos. Os moradores falam que a Prefeitura fez o asfalto, mas esqueceu de garantir o escoamento das águas pluviais.

“Ficamos felizes quando vimos as obras acontecendo, mas hoje não dá para sorrir, pois sabemos que a qualquer chuva ficaremos alagados novamente e sofreremos ainda mais prejuízos”, afirma um pequeno comerciante de Itauna, que perdeu uma geladeira e uma estufa.

Se os moradores dos bairros que receberam obras reclamam, imaginem os habitantes das comunidades formadas na periferia do município. No bairro Guarani, por exemplo, o que a Prefeitura chama de ruas e até cobra impostos como se as famílias humildes que ali vivem morassem em ruas pavimentadas, saneadas e iluminadas, são trilhas tomadas por buracos e mato. A Rua Jacarapiá é o principal acesso ao bairro Guarani, mas pode ser chamada de tudo, menos de estrada principal.

“Nós estamos esquecidos pela Prefeitura. Não recebemos nenhuma atenção. É como se não existíssemos. Só somos lembrados no período eleitoral e na hora de cobrar impostos”, reclama Ademir da Conceição, que precisa por a bicicleta nas costas para atravessar a lagoa que se forma num trecho da via, mesmo em dias de sol, pois a água que brota numa das margens sempre invade a rua.


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