sábado, 26 de junho de 2010

Justiça passa o martelo ao eleitor

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vai lançar até início de agosto uma ferramenta na internet que permite ao eleitor puxar a “ficha corrida” do seu candidato nas eleições de outubro. O tribunal esclarece, no entanto, que não vai dividir os políticos entre "ficha limpa" e "ficha suja", mas disponibilizar informações se os políticos respondem ou não a processos.

O mecanismo deve se aliar a outras ferramentas para barrar políticos condenados pela Justiça, como a lei do Ficha Limpa, mas joga a responsabilidade para o eleitor. Como os registros das candidaturas devem ser feitos até o dia 5 deste mês, as informações devem estar disponíveis após um mês dessa data.

O Ficha Limpa, que quer barrar nas eleições políticos condenados em segunda instância (por mais de um juiz), passou no Congresso e foi sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para Rosangela Giembinsky, vice-diretora do movimento Voto Consciente, a ferramenta do TSE é um dos mecanismos para fortalecer a democracia. No entanto, ela afirma que, muitas vezes, a informação pode não ser de fácil entendimento para o eleitor leigo, sem conhecimentos jurídicos.

“Tem termos e situações que não dá para saber se são ruins ou se já foram resolvidos. Acho que o acesso a essa informação é um bem para a sociedade e vai possibilitar que a gente divulgue, processe, passe adiante e multiplique.

As informações do TSE devem servir para alimentar outros portais e sites com informações sobre os candidatos a presidente, governador, senador, deputado federal e estadual. Rosangela afirma que sites ligados a movimentos sociais e portais devem “traduzir” os dados do TSE para os eleitores. Ela defende que a internet terá papel decisivo nas eleições deste ano na busca de informações sobre os candidatos.

Segundo Márlon Reis, juiz do Maranhão que faz parte do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, os dados disponibilizados pelo Tribunal Eleitoral, somados ao Ficha Limpa, vão ajudar a afastar políticos "sujos" dos cargos públicos. “Somando as duas ferramentas, vamos nos aproximar do nosso objetivo, que é ter uma presença cada vez maior de um perfil compatível com a vida pública”, concluiu.


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