sexta-feira, 11 de julho de 2008

Com a palavra o conselheiro

Desde 2005 que o Tribunal de Contas do Estado (TCE) - um órgão visto por parte da sociedade -“como caro demais e pouco produtivo”, vem apontando irregularidades nas contas da Prefeitura de Nova Iguaçu e as aprovando com ressalvas. As do exercício de 2007 têm como relator o conselheiro Aluizio Gama, que, como é sabido na cidade, é quem controla o diretório local do PDT, partido, que desde abril vem participando do governo, ocupando cargos nos primeiro e segundo escalão, além de integrar a chapa do prefeito Lindberg Farias (PT) na disputa pela reeleição, com a candidata a vice-prefeita, a deputada Sheila Gama, esposa do conselheiro.

Não quero aqui lançar suspeitas sobre o trabalho dos membros daquela corte, mas entendo que o conselheiro Aluizio Gama deveria julgar-se impedido de analisar as contas da Prefeitura Iguaçuana, pois suas ligações com o município são muito fortes, antigas e ganharam mais expressão agora com essa aliança, que entendo democrática e saudável. Ele chegou à cidade em 1988. Foi “importado” pelo PDT para disputar a eleição de prefeito e, apesar da desastrosa administração de seu antecessor (Paulo Leone, que foi afastado por força de intervenção estadual), conseguiu eleger-se.

Tenho profundo respeito pelas instituições e aposto na transparência como único meio de o poder público mostrar-se por inteiro aos contribuintes que o sustenta. Do meu ponto de vista, e é isso que externo aqui, o conselheiro Aluizio Gama deveria mesmo ficar de fora do processo de fiscalização dos atos da Prefeitura de Nova Iguaçu.




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