sábado, 31 de maio de 2008

Abandonando o barco

Quando os partidos políticos foram pensados a idéia era de que homens se reunissem para formar uma espécie de associação onde uma das coisas mais importantes seria exatamente partilhar idéias, projetos. Desde os primeiros momentos que surgiram partidos contrários, pois, desde que o mundo é mundo sabemos que o crescimento vem com a contradição e a divergência. No Brasil passamos muito tempo com apenas dois partidos mas, logo depois da abertura política, isso mudou. Hoje são 27 no país, o que alimenta a Democracia. O que não se esperava era que o partido brigasse com os próprios membros.
Ou pelo menos que essa briga fosse tão grave que mexesse com a estrutura do próprio partido. Mas, mesmo assim, as lideranças dentro desses partidos ainda conseguem uma certa harmonia para continuar na luta por cargos políticos e participação nas decisões do país. No entanto, quando o homem tenta se sobrepor às idéias do partido, quando um único homem pensa que pode deixar de lado o pensamento do coletivo para se por como centro de todas as discussões e decisões, então, o crescimento não acontece. Dessa maneira, o partido deixa de ser instrumento de união.
Observamos que isso aconteceu com Fernando Collor de Melo que pensou não precisar mais de ninguém assim que se elegeu e deixou de lado a discussão partidária partindo para o individualismo. Logo foi retirado do cenário político. Hoje, um dos homens que se mostrou seu adversário de primeira hora parece seguir pelo mesmo caminho. Assim como Fernando Collor de Melo, Lindberg Farias está deixando de lado as lideranças que o elegeram. Não se importa com os partidos aliados, nem com o próprio PT a quem desdenha sempre que pode. Assim como Collor, se coloca acima do bem e do mal não ouvindo ninguém e agindo como se sozinho pudesse governar uma cidade como Nova Iguaçu.
Os últimos três anos têm demonstrado que essa prática é um fiasco. Muita gente percebeu isso mas o rapaz continua insistindo na estratégia de eliminar os próprios correligionários. Não valoriza pré-candidatos que poderiam somar com ele em uma futura Câmara. Como um vendaval, manda para longe nomes importantes na política da cidade como o do presidente do PSDB, Maurilio Manteiga. Há poucos dias Maurílio se retirou do governo e com ele sua base aliada. Antes, Lindberg já tinha perdido o DEM de Rogério Lisboa. Tentou uma aliança com o PTB na cidade, a quem já havia traído. Não conseguiu, foi buscar a regional, que ainda não conhece o seu jeito de eliminar aliados.
Mas, o prefeito se esqueceu de que partidos são feitos com homens e não com um único deles. Os pré-candidatos do PTB em Nova Iguaçu não gostaram da aliança. Afinal, já se deram conta de que Lindberg não cumpre acordos, não respeita a idéia de outros, pensa que é Deus, mesmo não acreditando nele (afinal o prepotente não pode acreditar que exista uma força maior que a dele). Alguns pré-candidatos de outros partidos aliados como o próprio PCdoB, também já se demonstram insatisfeitos. Lindberg acredita que pode ganhar a eleição apenas indo para as ruas e mentindo para as pessoas como fez na primeira vez. Só que, na primeira vez, tinha um exército de outros homens que alimentavam suas mentiras.
Agora, esses homens perceberam que também foram enganados. "Você pode enganar poucas pessoas durante pouco tempo mas não consegue enganar muitas pessoas durante muito tempo". Se fosse um artista de televisão talvez Lindberg durasse para sempre nas telas que vivem de ilusão. Mas, o mesmo não acontece na política. Assim como Collor, Lindberg vai acabar sozinho. Quem sabe, um tempo fora do cenário como aconteceu com o próprio Collor o faça crescer a aprender o princípio básico de todos os outros sentimentos que é o respeito. E ai, talvez, possa se tornar um político de verdade.




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