Produtor confirma que cheques não foram pagos
e dívidas da Prefeitura de Nova Iguaçu já passam de R$ 40 milhões.
O empresário Teodoro Moreira de Bitiato, dono da produtora Patto Rocco confirmou que realmente ainda não recebeu pelos serviços de produção de programas de televisão prestados ao hoje prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias (PT), em campanhas anteriores, conforme noticiaram os jornais Hora H e Extra. Teodoro, que produziu os vídeos exibidos nos programas eleitorais de Lindberg nas campanhas de 1998 e 2000, declarou que Lindberg emitiu quatro cheques do Banco do Brasil, no valor de R$ 5 mil cada um e que dois deles foram devolvidos pelo Banco Itaú, onde Moreira os depositou. Ele explicou ainda que como os dois primeiros voltaram ele decidiu não depositar os outros e entrou em contato com Farias, que prometeu pagar a dívida. “A verdade é que fiquei no prejuízo”, completou Teodoro.
Lindberg foi procurado para falar sobre o assunto, mas não foi encontrado. Sua assessoria não deu nenhuma declaração. O produtor lembra que a campanha do PSTU em 1998, por exemplo, foi destacada pela imprensa como “os segundinhos que incomodavam”, graças à criatividade de Teodoro, que resolveu amenizar a programação eleitoral com desenho animado. A dose foi repetida dois anos depois com o mesmo sucesso. Os desenhos, que iam ao ar durante 41 segundos em rede nacional e 30 segundos no estado do Rio de Janeiro, satirizavam o presidente Fernando Henrique Cardoso e o governador Leonel Brizola, que chegaram a pedir direito de resposta na Justiça. Cesar Maia e Luiz Paulo Corrêa da Rocha também recorreram ao TRE. “Foi um grande sucesso, mas fiquei sei o pagamento”, finalizou Teodoro, que já perdeu a esperança de receber a dívida.
Prefeitura não paga e obras são paralisadas
Não é apenas o produtor de televisão que ficou no prejuízo. Dezenas de pessoas e empresas também reclamam e muito. Não da pessoa física Lindberg Farias, mas do prefeito. Desde janeiro de 2005 muita gente que fez negócios com a Prefeitura de Nova Iguaçu vem acumulando perdas. De projetos a alugueis de imóveis a administração municipal deve de tudo. A maioria das obras iniciadas na onda do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) está parada por falta de pagamento. Várias empreiteiras já deixaram as frentes de obras. Recuperação de praças, reformas e ampliação de escolas também estão paralisadas.
“Não dá para trabalhar para a Prefeitura de Nova Iguaçu. A gente entra numa licitação, assina o contrato e começa a trabalhar. Meses depois somos obrigados a parar por falta de pagamento”, disse o representante de uma empresa que foi contratada para reformar uma praça no bairro Califórnia e teve de parar.
Por causa da falta de pagamento escolas e postos de saúde que funcionam em imóveis alugados podem fechar as portas a qualquer momento. Na longa fila de espera estão os proprietários dos prédios onde funcionam o Centro de Controle de Vetores, a secretaria de Transporte, os conselhos tutelares e o Posto de Saúde no bairro Palhada. Também estão atrasados os pagamentos dos funcionários que trabalham em cooperativas, o pagamento dos fornecedores e das clínicas conveniadas.
De acordo com pessoas ligadas ao governo, a dívida já ultrapassa os R$ 40 milhões e um dos casos mais preocupantes é da Companhia de Desenvolvimento de Nova Iguaçu (Codeni). A dívida já passa de R$ 5 milhões. São mais de 300 ações trabalhistas na Justiça. Alguns conselheiros da empresa já deixaram o cargo porque não quiseram se responsabilizar pelo problema. “A gente sofre com essa administração. Se procuramos o prefeito ele não nos atende. Quando o encontramos por acaso ele nos abraça e manda chamar as secretárias de Governo e Fazenda e ordena que elas providenciem o pagamento. Maria José de Andrade e Maria Helena Alves fingem que obedecem e ele finge que realmente manda e a novela segue”, afirma outro empreiteiro.
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