quarta-feira, 28 de maio de 2008

"Envilecendo"

"Envilecendo". Que o leitor não se assuste, mas este é o processo que está acontecendo em Nova Iguaçu, onde o jovem paraibano Lindberg Farias começa a "envilecer" aos olhos da imprensa. Vilania é a natureza do vilão, adjetivo muito comum de se ler em reportagens sobre personagens de novela. Mas, neste caso, trata-se de um jovem de origem de família de classe média alta e que chegou ao poder com o discurso da moralização e da transparência. Pouco mais de três anos após a sua ascensão como prefeito, Lindberg se vê no meio de denúncias sobre malversação do dinheiro público, formação de quadrilha, pagamento de propinas e desvios de dinheiro público, caracterizando-se assim um vilão da política.

Comportando-se como se comportam aqueles que acreditam ser os detentores da moral e da ética, como se elas estivessem registradas em seus respectivos nomes em "cartórios de registros", Lindberg Farias fez do seu "Plano de Governo" o seu primeiro "hábeas corpus" nessa trama. Nele, o item da transparência de sua gestão ganha destaque. O documento afirma que qualquer cidadão iguaçuano teria direito às informações sobre a administração pública. Mas, depois que foi eleito e montou a sua trupe na Câmara, determinou que seus aliados votassem contra a qualquer requerimento de pedido de informações pela oposição. Sequer cumpriu sua promessa de colocar os dados disponíveis na Internet. Recorreu contra a abertura de pelo menos seis CPIs e durante sua gestão pouco prestou contas à Câmara e à população iguaçuana.

Esse "arauto da moralidade" também tem as suas técnicas de defesa. A mais utilizada é a de tentar desqualificar adversários, sejam políticos ou jornalistas que não se curvam aos seus caprichos. Silencia sobre as denúncias que recheiam páginas de jornais e revistas com escândalos escabrosos. Corre como um menino minado e se diz atacado por "opressores das oligarquias". Faz discurso para platéias escolhidas e divulga eventos para formar as suas claques. Assim acredita ter a paternidade da moral e da ética.

Um jovem que poderá se tornar, caso as investigações concluam essas dezenas de denúncias como afirmativas, mais um velhaco que se locupletou do dinheiro público. E assim será envilecido por suas próprias ações.






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