sábado, 23 de fevereiro de 2008

Muito teatro e pouca ação

Essa semana o governador Sergio Cabral esteve em Nova Iguaçu para entregar máquinas que vão ajudar na despoluição dos rios. Se isso acontecesse em outras épocas seria apenas uma entrega simbólica e pronto. Mas, estamos em um ano eleitoral e tudo que acontece precisa de luzes. Cabral trouxe consigo o deputado federal Nelson Bornier e ambos foram recebidos por um tímido Lindberg Farias. O prefeito, para se prevenir, levou seus comissionados, não queria fazer feio na frente do governador. Os comissionados, por sua vez, para agradar o patrão um pouco mais resolveram vaiar o deputado federal Nelson Bornier.

Enquanto Cabral e Lindberg faziam um discurso de conciliação, o grupo de comissionados gritava e vaiava o deputado. Já o grupo de Bornier, um pouco menor em número, ensaiava aplausos para o seu patrão. A leitura que podemos fazer desse ato nos deixa um pouco tristes com os rumos da política em nosso quintal. Lindberg, o exemplo do novo, continua agindo como os velhos coronéis. Assim como outros prefeitos fizeram durante a história política de Nova Iguaçu, também ele, Lindberg, praticamente obrigou os comissionados a irem ao evento.

Assim como outros prefeito fizeram ao longo do tempo, também ele, Lindberg, orientou aos comissionados que atrapalhassem o discurso de Bornier. Mas, o que ele e os outros políticos esqueceram é que ali não estava a parcela do povo de verdade. Quem estava ali eram pessoas pagas pelo governo que querem manter seus empregos. Para quem quer ganhar votos, portanto, o teatro dessa semana de nada adiantou, nem para um nem para o outro.

Mas, uma coisa podemos afirmar nessa situação triste e cômica, ao mesmo tempo. Quando Cabral dá fala na cerimônia para o deputado federal Nelson Bornier e ignora outros deputados que estavam no local, ele acena que está do lado de Nelson. A cumplicidade dos dois era flagrante para quem viu de perto. Pelo jeito, Lindberg não conseguiu a simpatia de Cabral e o teatro montado por ele e sua trupe também não foi suficiente. Enfim, até as eleições muitos teatros ainda serão montados de ambos os lados. O pior é que nem sempre vence o melhor.






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