Planilha sugere que prefeitura de Magé teria feito pagamentos
irregulares por aluguel de caminhões e equipamentos.
A administração municipal de Magé pode ter sido transformada num grande balcão de negócios possivelmente em benefício de pessoas ligadas a prefeita Núbia Cozzolino e a vereadores aliados, que teriam recebido pagamentos variando entre R$ 5 mil e R$ 6, mil a título de aluguel de caminhões e equipamentos e outros “serviços” não discriminados. Pelo menos é o que sugere um documento ao qual este jornalista teve acesso e que será encaminhado ao Ministério Público nos próximos dias. Há ainda pagamentos de R$ 9 mil, R$ 10 mil, R$ 25 mil e R$ 40 mil
O documento é uma planilha com 66 nomes e alguns números de CPF, com os valores que teriam sido pagos, chegando ao total de R$ 173 mil. Na primeira coluna da planilha estão nomes completos, na segunda os valores atribuídos a cada um, na terceira números de CPFs e na quarta coluna, destacada com a inscrição “apelido”, estão nomes dos possíveis verdadeiros beneficiados, a descrição dos caminhões alugados (trucado, toco) e outros serviços, como iluminação.
Nomes conhecidos aparecem na terceira e última página da planilha, com pagamentos de R$ 10.849,00 e R$ 9 mil, atribuídos a “Jane” e “Renatinho”, com um número de CPF que pertence a Guilherme de Oliveira, cujo nome não aparece na planilha. Núbia tem uma irmã chamada Jane (a ex-deputada Jane Cozzolino, casada sob acusação de envolvimento no esquema denominado bolsa fraude), um irmão e um primo conhecidos como Renatinho, mesmo nome de um suplente de vereador que chegou a ocupar, por alguns meses no final do ano passado, uma cadeira na Câmara. O pagamento apontado como de Renatinho aparece na lista em nome de Deberth da Silva.
Na segunda página da planilha um pagamento de R$ 5 mil chama a atenção pela descrição “Pastor – Núbia” na coluna “apelido”, onde aparece, pagamento supostamente feito a Leonardo Pinto Vianna.
A prefeita foi procurada para falar sobre assunto, mas não foi encontrada. O vice-prefeito e secretário de Governo, Rozam Gomes também foi procurado, mas não retornou o contato telefônico.
“Ministra”
Ainda na última página da planilha aparecem três pagamentos no total de R$ 90 mil, atribuídos ao CPF de uma única pessoa, mas com nomes diferentes. Pelo que consta no documento teriam sido pagos R$ 25 mil a uma pessoa chamada Sandro, R$ 25 mil a uma pessoa identificada como “Ministra” e R$ 40 mil a uma outra nominada Jomair. O CPF que aparece ao lado desses três nomes pertence a um cidadão chamado Antonio José dos Santos.
O jornalista Elizeu Pires conversou sobre o assunto com um membro do Ministério Público e este levantou a hipótese de pessoas terem sido usadas como “laranja”. “Primeiro é preciso analisar essa lista, investigar se os pagamentos realmente foram feitos e quem efetivamente recebeu esses valores”, disse.
Na planilha também se destacam dois pagamentos de R$ 6.500,00 e um de R$ 5 mil, supostamente em favor do ex-vereador Roberto da Guarani, atribuídos a Carlos Alberto dos Santos, Igor Lopes Albuquerque Moreira (este sem CPF) e Rachel Albuquerque de Oliveira. O ex-vereador também foi procurado, mas não foi encontrado para comentar o fato.
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