sábado, 4 de julho de 2009

Lentidão nas obras irrita Nova Iguaçu

Orçada em R$ 10,6 milhões, a duplicação do Viaduto da Posse está sendo tocada por apenas cinco trabalhadores.

Orçada em R$ 10,6 milhões e com sete meses de atraso, duplicação do Viaduto da Posse, está sendo tocada por apenas cinco operários, que passam o dia sobre os dois módulos de concreto colocados há dois meses, dando a entender que estão ali apenas para deixar a impressão de que o serviço não está paralisado. Na manhã da última quinta-feira havia três trabalhadores mexendo nas armações ferro em um dos módulos e outros dois pareciam estar perdidos, não sabendo direito o que fazer.

“Isso é pura enganação. A obra está praticamente parada. Passo aqui todos os dias e é sempre a mesma coisa. Hoje tem cinco, mas na maioria das vezes só vemos dois operários”, disse o motorista de ônibus Gilberto de Souza Ramos.

Anunciada em grande estilo em outubro de 2007 pelo prefeito Lindberg Farias (PT), a duplicação do Viaduto da Posse é uma reivindicação antiga da população. As obras, que deveriam ter sido concluídas em dezembro do ano passado, ficaram interrompidas por cerca de três meses. Do projeto constam uma ciclovia e 600 metros quadrados de passarelas cobertas para pedestres. A prefeitura anunciou ainda a ampliação da pista da Avenida Henrique Duque Estrada Mayer, antiga Estrada da Posse, mas pouca coisa foi feita, mesmo assim prejudicando ainda mais o trânsito.

“Fizeram um estardalhaço danado. Já gastaram muito dinheiro, mas nada melhorou. Muitas pessoas foram prejudicadas com desapropriações desnecessárias e o trânsito está a cada dia pior. Acho que o prefeito está tentando passar atestado de burro para a gente, porque essa obra está praticamente parada”, protesta o comerciante Antonio Carvalho.

Universidade

Não é só a lentidão das obras do Viaduto da Posse que preocupa. A população está questionando ainda o andamento da construção do núcleo universitário, projeto do governo federal cujas obras estão praticamente interrompidas.

As obras iniciadas com recursos do PAC, também são uma dor de cabeça para os moradores, pois bairros inteiros foram esburacados para receberem a transformação anunciada pelo prefeito Lindberg Farias e deixados em situação ainda pior do que se encontravam. “O próprio prefeito disse que Nova Iguaçu recebeu R$ 361 milhões para essas obras. Sendo assim onde estão esses recursos, pois pouca coisa foi concluída até agora? A impressão que fica é que eles destruíram nossas ruas para nos obrigar a votar. Votamos acreditando que as obras continuariam, mas parou tudo”, afirma o aposentado Manoel Ribeiro.



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