sábado, 11 de julho de 2009

E o golpe foi dado

Aqueles respeitáveis senhores de terno e gravata que compõem o Poder Legislativo de Nova Iguaçu desferiram, na semana passada, um golpe pesado contra a democracia, ao aprovarem, em segunda discussão uma alteração na Lei Orgânica do Município, aumentando de dois para quatro anos o mandato do presidente da casa, o que equivale dizer que o vereador Marcos Fernandes (DEM), só vai deixar a cadeira de chefe daquele poder, quando expirar seu mandato de vereador, ou seja, no dia 31 de dezembro de 2012.

A emenda foi encomendada pelo deputado federal Rogério Lisboa (DEM) e por seu braço direito, o secretário de Governo Antonio Duarte Araújo, o Tuninho da Padaria, com o firme propósito de encostar a vice-prefeita Sheila Gama na parede. Como a professora deverá assumir a prefeitura em abril do próximo ano com a saída do prefeito Lindberg Farias (PT), o DEM terá um forte trunfo para impor à futura governante sua permanência no governo. Por Sheila não ter nenhum compromisso com a turma do deputado, o fato de Fernandes ser o presidente da Câmara será um forte argumento para convencê-la a assegurar a esse pessoal o mesmo quinhão dado pelo atual prefeito.

Longe de ser (como deveria) a Casa do Povo, a Câmara Municipal de Nova Iguaçu, com todas as letras, passou a ser mesmo um balcão de negócios, onde um grupo de vereadores negocia votos em troca de cargos no governo, abrindo no plenário da casa uma trincheira de defesa de seus interesses pessoais. Comandado por Marcos Fernandes esse grupo começou o ano disparando contra o prefeito Lindberg Farias, impondo condições para aprovar as mensagens de interesse do governo.

Esses nobres representantes do povo fizeram uma barulheira danada, mas bastou o prefeito distribuir portarias para abrigar os cabos eleitorais desses respeitáveis senhores, para que eles mudassem o rumo da prosa, alegando que o fizeram para garantir uma tal de governabilidade. Pois é, essa é a egrégia (nobre, admirável, insigne, distinta) e colenda (respeitável) Câmara Municipal de Nova Iguaçu.

Sem Garotinho

Conversei no último final de semana com um figurão do PMDB e esse me garantiu que o governador Sérgio Cabral não está nada preocupado com a entrada do ex-governador Anthony Garotinho no PR, pois o cacique de Campos dos Goytacazes não estaria falando sério quando diz que pretende disputar o governo do estado em 2010. O homem me falou que, na hora certa, Garotinho ouvirá “bons e fortes argumentos” que irá convencê-lo a ficar fora dessa briga.

Em família

Vereador pelo PT de Nova Iguaçu, Carlos Ferreira, o Ferreirinha deixou a Câmara há dois meses para assumir o cargo de secretário de Fazenda, deixando a vaga para o suplente Sebastião Berriel, que, agradecido, deu três dos quatro cargos de assessoria a parentes do colega. Foram nomeados dois irmãos de Ferreirinha e uma sobrinha.

Compensação

Celso Florêncio, o Birro, não foi reeleito para a Câmara de Nova Iguaçu, mas recebeu um agradozinho do presidente da Casa, Marcos Fernandes, que acabou de comprar R$ 49;980,00 em móveis da empresa Irmãos Florêncio Araújo.

Novo confronto

O prefeito de Macaé, Riverton Mussi (PMDB), gostou tanto de ter enfrentado o tio, o velho cacique da política local, o ex-prefeito Silvio Lopes, nas urnas, que está se preparando para um novo embate em 2010. Riverton pretende lançar o irmão, Adrian Mussi, candidato a uma vaga na Câmara dos Deputados, contra o tio, que exerce mandato de deputado federal pelo PSDB.

Racha

Dessa vez parece que os vereadores de Belford Roxo não vão consegui acuar o prefeito Alcides Rolim (PT). O homem está revoltado com a ganância por cargos dos nobres representantes do povo e já mandou dizer que não vai dar mais nada e que demitirá os apadrinhados nomeados a partir da primeira encostada na parede.




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