sábado, 11 de julho de 2009

Dois nomes e uma polêmica

Prefeita de Magé ignora lei aprovada pela Câmara e dá nome de ex-companheiro a ginásio poliesportivo.

Respondendo a processo na 1ª Vara Cível da comarca do município, por exagerar nas homenagens a seus familiares, espalhando seu sobrenome por escolas e outros estabelecimentos públicos, a prefeita de Magé, Núbia Cozzolino (PMDB), terá de explicar agora porque deu ao Centro Poliesportivo de Fragoso o nome de um ex-companheiro seu, Renato Medeiros, morto em 2004, quando o Poder Legislativo havia aprovado um outro nome e o confirmado através de projeto de lei.

O presidente da Câmara Municipal, Anderson Cozzolino, o Dinho, também deverá ser questionado pelo Ministério Público sobre o caso, pois, segundo foi apurado até agora, ele teria ignorado uma lei votada em 2006 dando ao centro de esportes o nome do vereador Carlos Alberto do Carmo Souto, o “Chuveirinho”, assassinado em agosto daquele ano.

“Não entendi nada. A homenagem já havia sido definida. A Câmara aprovou a proposta que foi apresentada pelo vereador Werner Saraiva, suplente que entrou na vaga de Carlos Alberto e depois foi decidido, sem nenhum ato legal derrubando a lei aprovada, que a unidade de esportes teria o nome de Renato Medeiros. Isso terá de ser esclarecido”, disse o vereador Amsterdam Viana, que presidia a Câmara na época em que o nome de “Chuveirinho” foi escolhido por unanimidade.

Além de Renato, um outro ex-companheiro de Núbia foi homenageado por ela, que inaugurou recentemente o Hospital Municipal Orney Pereira dos Santos, perpetuando o nome de Ney da Núbia, candidato a vereador assassinado em julho do ano passado, um crime que até hoje não foi esclarecido. O nome de Orney foi parar na fachada do hospital antes mesmo da aprovação de mensagem específica pela Câmara de Vereadores, o que só foi providenciado depois da inauguração da unidade.

Tudo em família

Cristóvão de Barros, contam os historiadores, é o fundador do município e como tal deveria ter seu nome mais associado à Magé, conferido a um escola, por exemplo, mas, lamentam os professores de história, isso não acontece. Entretanto, nomes da família Cozzolino, importantes ou não para a cidade, estão espalhados por todo o município, estampados nas fachadas da maioria das escolas modelo, perpetuando o sobrenome da prefeita Núbia e tem até nome repetido, como é o caso da homenagem a matriarca da família, Pergentina Cozzolino, que tem a escola I e II.

Em dezembro do ano passado a juíza da 1ª Vara Cível da comarca do município, Patrícia Salustiano, aceitou a denúncia da Ministério Público Estadual e determinou que qualquer referência a nomes de políticos fosse retirada dos prédios públicos. Isso não foi feito e as homenagens aos Cozzolino aumentaram ainda mais. A juíza explica que os nomes continuam nas fachadas dos prédios públicos porque a prefeita ganhou uma liminar suspendendo a decisão dela, mas que o processo ainda continua tramitando.



O nome da polêmica: Centro Poliesportivo Renato Medeiros

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