quarta-feira, 29 de junho de 2011

Tudo que o mestre mandar...

O artigo “O perigo da má interpretação” publicado ontem fez um sucesso danado. Recebi muitas mensagens sobre a mania de grandeza que acometeu o comando temporário do Poder Legislativo  de Magé, que realmente está pensando que pode tudo. Não posso levar a sério alguém que acha que a Lei Orgânica do Município supera os poderes da Constituição Federal. Aliás, minhas orelhas queimaram muito na noite passada, pois falaram bastante de mim durante a sessão dessa terça-feira na Câmara Municipal de Magé, a egrégia Casa de Leis integrada por 13 nobres  edis - gente de grande estirpe, comprometimento social e alto saber - por conta desse artigo. Dizem que dá gosto ouvir os discursos feitos na tribuna daquela colenda instituição, mas prefiro passar bem distante para não correr risco de sair de lá com uma Moção de Aplausos ou coisa parecida.
Longe de pretender desrespeitar o Poder Legislativo mageense, digo apenas que se o patrão manda, é feito na hora. Vista grossa encomendada, vista grossa feita e assim o tempo vai passando...  Ninguém fiscaliza nada, afinal, como estava naquela gravação da operação Uniforme Fantasma, “dinheiro público não tem dono”.
O que esses dedicados representantes do povo estavam fazendo que não viram, por exemplo, escoar os exatos R$ 233.049.014,76 de recursos federais repassados ao município em  2009 e 2010?  Com que se ocupavam tanto que não viram os últimos contratos estranhos feitos pela Prefeitura?. Só nos últimos dias foram R$ 4 milhões com material gráfico, quase R$ 2 milhões em favor de uma loja de tintas, sem contar os mais de R$ 19 milhões com aluguel de máquinas e caminhões de uma empresa que está sendo investigada pelo Ministério Público por conta da denúncia de que o dono dela teria ligações com o prefeito interino?
Caros leitores, vou parar por aqui, senão teria de passar o resto do dia escrevendo e ainda tenho muito trabalho a fazer e também preciso tomar cuidado, pois o direito ao meu livre exercício profissional é garantido pela Constituição,  mas essa não é nada diante da Lei Orgânica do Município de Magé e como a palavra de ordem por lá parece ser algo mais ou menos assim, "o que o mestre mandar, faremos”, toda precaução é pouca.
Tenham um bom dia e fiquem com Deus, pois o sol sempre nasce ao amanhcer, mesmo que algumas núvens escuras se avolumem para tentar escondê-lo.

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