Onda de estupros apavora as mulheres de Porto Real
Desde julho do ano passado quando uma jovem de 24 anos denunciou o vereador da cidade, Heitor Silvestre da Silva, de estupro que as mulheres de Porto Real não têm mais sossego.
Coincidência ou não, em seis meses foram seis casos em bairros diferentes e sempre as vítimas são mulheres sozinhas. O caso do vereador continua sendo acompanhando pela Justiça. No dia 7 de dezembro ele foi submetido a exame psicológico porque alegou problemas mentais, mas continua exercendo o mandato e recebendo o salário, como se nada tivesse acontecido. Já os outros casos ainda não têm suspeitos. Alguns moradores fizeram manifestação pedindo maior empenho das autoridades.
“Imitador”
Entre os manifestantes há quem acredite que o caso do vereador tem a ver com os demais casos de estupro. Segundo eles, pode haver “um imitador” que, de certa forma, se sentiu incentivado pelo que aconteceu com Heitor e sua ex-namorada.
“Acho que o caso com o vereador tem a ver sim com o aumento dos estupros na cidade. Precisasmos de maior policiamento e de Justiça”, ponderou o presidente da Associação de Moradores do bairro Jardim das Acácias, Vagner Tueler. Ele participou da passeata, que pedindo providências, percorreu todas as ruas da cidade.
Entre as vítimas dos últimos meses está uma senhora de 58 anos que mora com um filho portador de necessidades especiais. Foi no bairro Freitas Soares no dia 1º de janeiro.
“O bandido ainda roubou o cartão do banco e sacou mais de R$ 400”, conta o presidente da Associação de moradores.
O prefeito Jorge Serfiotes designou que a Guarda municipal auxilie a Polícia. Eles estão sempre nas ruas e são orientados a chamar a PM se perceberem qualquer ação suspeita. Além disso, há guardas sendo treinados para poder andar armados e ter uma ação mais efetiva.
“Estamos convivendo com o medo. Nossa cidade sempre foi muito tranquila, mas do meio do ano passado para cá começaram a acontecer esses ataques contras as mulheres”, diz uma professora.
O pavor chega ao anoitecer
Porto Real é uma cidade industrial e boa parte dos homens trabalham durante a noite nas fábricas que sustentam a economia do lugar. Com isso, para muitas mulheres, o pavor chega ao anoitecer.
“Morro de medo de ficar sozinha em casa. Antes vivíamos tranquila, mas de uns tempos para cá o medo tomou conta da cidade por causa desses estupros”, afirma outra moradora do bairro Freitas Soares, onde foi registrado o caso verificado no primeiro dia do ano.
Para as lideranças comunitárias do município, as autoridades policiais precisam agir com energia e eficácia para localizar e prender quem está violentando as mulheres e espalhando o terror pela cidade antes tão tranquila.
Omissão que revolta
A noite de 19 de julho de 2009 foi de terror para uma jovem de 24 anos. Moradora de uma cidade com menos de 15 mil habitantes e com índices baixíssimos de criminalidade, ela foi retirada de casa e, segundo contou em depoimento à Polícia, espancada e estuprada pelo vereador Heitor Silvestre da Silva, conhecido como Heitor da HM, que no dia 7 de dezembro foi submetido a exames no Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico Heitor Carrilho, porque alegou problemas mentais.
Apesar de estar com um curador, Heitor continua exercendo o mandato e recebendo o salário em dia, quando, segundo alguns advogados, deveria ter sido afastado da Câmara, até que a Justiça defina a situação dele.
Além de assustada com os novos casos de estupros verificados na cidade, a população está revoltada com o que chamam de “omissão” por parte do presidente da Câmara Municipal, Jayme da Silva Pereira. “Em vez de defender a sociedade os nossos vereadores estão protegendo Heitor”, disse uma moradora da cidade. Segundo ela, que participou da passeata, quando os manifestantes chegaram à rua onde fica a sede do Poder Legislativo, seguranças cercaram as proximidade para eles não chegarem à Câmara.
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