Lindberg pega mais dinheiro emprestado e deixa Nova Iguaçu sem receita
O município de Nova Iguaçu entrou em 2010 ainda mais endividado. No apagar das luzes de 2009 a Câmara de Vereadores autorizou o prefeito Lindberg Farias a pegar mais um empréstimo na Caixa Econômica Federal, dessa vez dando como garantia os repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). O empréstimo é de R$ 60 milhões, dinheiro que, segundo alegou o prefeito, seria usado para pagar salários atrasados, quitar dívidas com fornecedores e investir em obras de dragagem. Entretanto, muitos servidores da área da Saúde e funcionários de creches, reclamam que passaram o Natal e o Réveillon sem dinheiro.
Com o comprometimento do FPM o município está sem nenhuma garantia de receita, sobrando apenas os repasses do Sistema Único de Saúde (SUS), verba que não pode ser usada em outro setor. Além do Fundo de Participação dos Municípios, Lindberg já comprometeu - para cobrir empréstimos - os recursos do IPTU, o dinheiro da Previdência Municipal e as parcelas dos royalties do petróleo pagos pela Petrobras. De acordo com estimativas de membros do próprio governo as dívidas do município passam de R$ 600 milhões e a saúde financeira da administração municipal está comprometida por pelo menos 25 anos.
Para o vereador Thiago Portela o município é vítima de uma administração desastrosa, que além de esvaziar os cofres públicos ainda comprometeu receitas futuras. “Nossa cidade é vítima da irresponsabilidade de um prefeito que não tem nenhum compromisso com a população. Ele não tem vínculo algum com Nova Iguaçu. Deixará o governo, vai embora do município e o povo ficará com o sofrimento e com as contas para pagar”, entende Thiago.
Obras de papel
Pelo menos 80% das obras iniciadas pela prefeitura antes das eleições de 2008 estão paradas. Bairros inteiros foram esburacados e deixados de lado. Entradas para grandes bairros como Miguel Couto (Estrada Luiz de Lemos), Vila de Cava (Estrada da Figueira), Caioaba (Estrada Iguaçu) e Andrade Araújo estão impraticáveis porque os trabalhos foram iniciados e não concluídos. Também não foram terminadas as obras de reforma de escolas e postos médicos, mas a prefeitura continua divulgando que essas frentes de obras “estão a todo vapor”.
”Deve ser a todo vapor mesmo, pois vapor a gente não vê”, ironiza Valter de Souza, morador de Vila de Cava.
De acordo com o site oficial do governo, “estão sendo feitos 236 quilômetros de redes de esgoto, 66,3 quilômetros de drenagem, 117 quilômetros de pavimentação, sendo construídas duas elevatórias e sete estações de tratamento de esgoto, além de urbanizar bairros inteiros”, mas o que a população vê são canteiros de obras vazios e muitos buracos nas vias.
“Queremos saber onde estão essas obras divulgadas, pois a prefeitura não terminou nem 10% do que começou e está dando andamento em pouquíssimos projetos. Esse prefeito deveria ter vergonha de ficar mentindo para o povo. Aqui no nosso bairro, por exemplo, o que ele fez foi destruir o que nós tínhamos”, desabafa Elson de Souza Ramos, morador do bairro Figueira, um dos mais prejudicados.
E eles não estão nem aí...
Nova Iguaçu está a cada dia mais perto do fundo do poço, empurrado que está uma por uma administração apontada como “irresponsável” e “inconsequente” e a Câmara de Vereadores assiste a tudo como se tudo estivesse indo muito bem. Com apoio de um grupo formado pelos vereadores Alexandre José Adriano, o Xandrinho; Carlos Eduardo Moreira da Silva, o Carlinhos Presidente; Daniel Eduardo da Silva, o Daniel da Padaria; Fernando Celso de Lima Almawy, o Fernando Nagi; Fernando Bernardes Carvalhal, o Fernandinho Moquetá; Jorge Marotte Corrêa, o Marotte; Marcos Aurélio Rocha da Costa, o Marcos Rocha; Maria Nicolasina Wienen Guimarães, a Nicolasina Acarisi; Vilma de Freitas Pereira, a Vilma Aguazul; Wellington Leite Pires, o Pastor Wellington e Sebastião Wagner Berriel, o Berriel, o prefeito Lindberg Farias faz o que bem entende e não dá satisfação alguma aos moradores.
O governo não é fiscalizado e qualquer questionamento apresentado pelo bloco de oposição é logo rechaçado pela tropa de choque do prefeito, cujo servilismo chega a gerar revolta. Mais preocupados em defender seus próprios interesses, os 11 vereadores do bloco de Lindberg não dão a mínima importância para a opinião pública.
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