terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Contratos sob suspeita em Japeri

Empresa que coleta e transporta o lixo é a mesma que aluga caminhões. Prefeito terá de explicar se o serviço é feito com outros equipamentos ou com os veículos pelos quais a prefeitura paga mais de R$ 4 milhões de locação


Apontado como muito generoso com as empresas na hora de contratar serviços de aluguel de automóveis, máquinas, equipamentos, caminhões e ônibus, o prefeito de Japeri, Ivaldo Barbosa, o Timor, terá de prestar mais esclarecimentos sobre os gastos do dinheiro público em seu município. Nos próximos dias será encaminhado ao Ministério Público pedido de investigação sobre dois contratos firmados entre a prefeitura e a empresa Poly Rio Ambiental, no total de R$ 5.795.758,96, um gasto mensal de R$ 482 mil. O primeiro contrato, assinado no dia 5 de maio de 2009, é para a prestação do serviço de coleta e transporte de lixo, pelo preço de R$ 1.471.334,00. O segundo, ao custo total de R$ 4.324.424,96, foi firmado uma semana após o primeiro e o objeto é o aluguel de máquinas e caminhões para a Secretaria de Obras e Serviços Públicos, órgão responsável também pela limpeza urbana.

Os questionamentos sobre os contratos feitos pela prefeitura vêm sendo feitos desde o ano passado pela direção municipal do Partido dos Trabalhadores. O que se está querendo saber sobre a relação entre essa empresa e a administração municipal é se a coleta e o transporte de lixo são feitos por outros caminhões da Poly Rio ou se pelos mesmos veículos pelos quais a prefeitura paga aluguel mensalmente.

Serviço caro

Considerando os dois contratos firmados com a Poly Rio Ambiental e um terceiro assinado com a empresa Sanel Serviços, Conservação e Locação, no valor de R$ 2.356.462,44, para prestar o serviço de varrição manual e capina dos logradouros públicos, o pior município da Baixada Fluminense em qualidade de vida e um dos últimos colocados na pesquisa da Fundação Cide que mede o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) no estado, está pagando caro pela limpeza urbana. Somados os três contratos, a prefeitura gasta com essas três empresas R$ 700 mil por mês.

Empreitada particular

A prefeitura ainda não explicou o uso de uma máquina alugada da Poly Rio Ambiental em serviço particular. Responsável pelos equipamentos e caminhões locados, o secretário de Obras e Serviços Públicos, Ernane Rodrigues Alves, ainda não se pronunciou sobre o assunto e o prefeito Ivaldo Barbosa, em vez de mandar apurar o fato e punir o responsável pelo ato de improbidade administrativa, optou por tentar desqualificar a denúncia.

Conforme já foi noticiado, no dia 20 de novembro uma retro-escavadeira operada por um homem vestido com uniforme da prefeitura foi flagrada limpando um terreno particular, no centro da localidade de Engenheiro Pedreira e colocando a terra removida na caçamba de um caminhão, em cuja cabine estavam dois homens, um deles também uniformizado. No terreno havia uma placa com propaganda eleitoral de Timor e Ernane, pois o hoje secretário foi candidato a vereador pelo PSDB.




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