sábado, 16 de janeiro de 2010

Sem bolo e sem vela

Nova Iguaçu completa 177 anos endividada e cercada

de problemas por todos os lados.


Na última sexta-feira o município de Nova Iguaçu completou 177 anos e não houve comemorações. Em crise financeira, a prefeitura não promoveu nenhum evento para festejar a data e sequer o tradicional ponto facultativo foi decretado pelo prefeito Lindberg Farias. “Melhor assim. Não há o que comemorar. O município está falido, as obras estão paradas, o setor de Saúde está doente e milhares de crianças ficarão fora das salas de aula este ano porque não há vagas, pois a prefeitura não construiu uma escola sequer nos últimos cinco anos. Francamente, comemorar o quê?”, indaga o líder comunitário Pedro Luiz dos Santos.

Para os moradores do bairro Figueira também não há o que comemorar. “Veja o que a prefeitura vez com nossa rua principal. Destruiu tudo. Acabou com o asfalto e parou a obra”, protesta Janio Martins. Nos bairros Andrade Araújo e Prata. As reclamações são as mesmas, pois pelo menos 80% das obras que o prefeito diz que estão sendo tocadas, foram interrompidas pela prefeitura.

Nos bairros da região da Estrada de Madureira o descontentamento é geral. Nem a comunidade do bairro Jardim Laranjeiras, o único que teve as obras do PAC realmente concluídas, estão satisfeitos. “Ruas que antes não enchiam com as chuvas hoje alagam com facilidade. Acho que o que fizeram por aqui foi serviço mal feito”, lamenta Manoel Francisco de Souza.

Dívidas só aumentam

Todos os dias fornecedores e prestadores de serviços batem no gabinete do secretário-adjunto de Saúde, Carlos Laranjeiras. Vão cobrar faturas atrasadas, algumas com quase um ano de vencimento. Saem de mãos vazias e sem perspectivas de receber. A empresa de segurança que atua no Hospital da Posse também não recebe e por consequência disso os vigilantes estão com dois meses de salários atrasados.

O mesmo acontece no gabinete do prefeito, que para evitar o “constrangimento” quase nunca aparece por lá. Empreiteiros estão desesperados. Contratados para participarem do “maior programa de obras da história do município”, entraram e se deram mal, pois não receberam pelo que fizeram e como não tiveram condições de continuar trabalhando, acabaram com os contratos interrompidos. A empresa Sanerio, por exemplo, foi contratada para fazer a duplicação do Viaduto da Posse. Fez mais de 50% da obra e não recebeu. Reclamou e acabou substituída por outra empreiteira.

Além da volumosa dívida com fornecedores, empreiteiras e prestadores de serviços, a prefeitura está pendurada nos bancos e já penhorou os repasses dos royalties, IPTU e FPM para garantir empréstimos.



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