sábado, 30 de janeiro de 2010

Nova Iguaçu promove a farra do lixo

Prefeitura faz contrato de R$ 113 milhões, R$ 32 milhões acima do que São Gonçalo gasta com o mesmo serviço

O município de Nova Iguaçu passou a ter o serviço de limpeza urbana mais caro da região metropolitana, superando em muito Duque de Caxias e São Gonçalo, cidades com estimativas de habitantes semelhantes, segundo o IBGE. De acordo com o extrato de homologação da licitação feita pela prefeitura, o contribuinte iguaçuano vai pagar pelo serviço, durante os próximos 30 meses, mais de R$ 113 milhões a três empresas, R$ 32 milhões a mais que São Gonçalo e R$ 20 milhões além do que Duque de Caxias gasta com o serviço no mesmo período. O gasto de Nova Iguaçu a partir desse mês com a limpeza do município é de R$ 3.772.348,85 mensais. São Gonçalo paga R$ 2,7 milhões por mês e Duque de Caxias R$ 3,1 milhões.

A homologação da nova licitação feita pela prefeitura de Nova Iguaçu foi publicada no último dia 26 e confirma a permanência das empresas Lipa, Vpar e Green Life, as mesmas que começaram a operar em janeiro do ano passado. Até dezembro de 2008 o serviço de limpeza urbana na cidade era feito pela Lipa e pela empresa ServFlu. Não custava mais de R$ 2 milhões por mês. De janeiro de 2009 em diante as despesas com o serviço tiveram aumento de cerca de 80%, o que não significa dizer que a cidade está mais limpa.

De acordo com a homologação publicada no Diário Oficial, a Lipa vai receber R$ 583.853,84 mensais, R$ 17.515.615,20 em 30 meses, enquanto a Vpar faturará R$ 501.125,56 mensais, R$ 15.033.766,80 em 30 meses. O maior faturamento, está no extrato, será da Green Life, com o total de R$ 80.621.092,50, exatos R$ 3.772,348,85 a cada mês.

A licitação foi homologada em dois despachos com data de 18 de janeiro, um assinado pelo presidente da Empresa Municipal de Limpeza Urbana (Emlurb), Marcus Camargo Quintela e outro pela diretora técnica Ana Paula Pacheco Ferro.


Tudo começou com uma “emergência”

A “Farra do Lixo” em Nova Iguaçu começou ainda em dezembro de 2008, quando a Emlurb fez três contratos sem licitação, alegando emergência. A Lipa foi contratada por R$ 507 mil mensais para fazer o mesmo serviço pelo qual hoje vai receber mais de R$ 580 mil a cada 30 dias, enquanto o contrato da Vpar era de 455.696,13 e o da Green Life de R$ 2.326.658,85 mensais.

Para fazer os contratos sem licitação a Empresa Municipal de Limpeza Urbana (Emlurb), alegou que as ruas estavam muito sujas e culpou a empresa ServFlu, responsável pelo serviço até 31 de dezembro de 2008. Entretanto, um gerente da ServFlu informou na época que a prefeitura não estava pagando pelos serviços prestados, o que a teria impossibilitado de fazer a coleta regular. Quando prestava serviços ao município a ServFlu atuava com 20 caminhões compactadores e hoje ninguém sabe ao certo quantos são usados atualmente, já que a Emllurb não presta nenhuma informação nesse sentido. Em janeiro de 2009 a Green Life operava com apenas três caminhões compactadores.



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