segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

O inventário de Lindberg

Prefeito de Nova Iguaçu deixará

o cargo sem cumprir programa de governo que registrou em cartório


Até o dia 31 de março o prefeito Lindberg Farias (PT) deverá deixar a prefeitura de Nova Iguaçu para disputar um outro cargo eletivo. Sua renúncia é um compromisso firmado em 2008 com a ala do PDT comandada pelo grupo do conselheiro do Tribunal de Contas, Aluizio Gama, marido da vice-prefeita Sheila Gama, a quem caberá concluir o mandato de Farias, que sai sem ter cumprido o programa de governo que registrou em cartório durante a campanha eleitoral de 2004.

No documento o prefeito se comprometeu a implantar pelo menos 200 salas de aula, mas sai sem ter construído uma escola sequer. A única iniciada em seu governo, a França Carvalho, se arrasta há quatro anos. Ele também prometeu transparência nos gastos públicos, mas sua gestão é uma caixa-preta questionada em mais de 600 inquéritos, procedimentos investigativos e ações judiciais. O setor de Saúde, que, pregava, seria modelo, está doente.

“O programa de ações de Lindberg é uma peça de ficção e seu governo uma piada de mau gosto. O que esse rapaz fez foi destruir a cidade, afundando o município em dívidas, comprometendo as finanças da prefeitura por pelo menos 25 anos. Tenho pena da vice-prefeita. Ela vai receber uma herança maldita”, afirma um ex-assessor do prefeito, hoje vivendo em dificuldades por conta das muitas trapalhadas do governo do qual participou até o inicio do segundo ano do primeiro mandato de Lindberg.

Registrado no Cartório do 8º Ofício, o Programa de Governo Participativo do então candidato Lindberg Farias trás promessas que não saíram do papel. Disse que pavimentaria e sanearia todas as ruas sem calçamento e tomadas pelo esgoto a céu aberto; construiria 30 quadras poliesportivas, 90 bibliotecas e que daria um salário mínimo por mês para 2.500 pessoas em condições de miserabilidade e que construiria pelo menos duas mil casas populares, além de instituir o Kit-Reboco, garantindo o acabamento externo das casas dos moradores dos bairros periféricos de Nova Iguaçu. Ele está no sexto ano como prefeito e a realidade é um quadro triste de se ver.

Segundo o documento registrado em cartório pelo então candidato a prefeito, “todos os atos do governo estarão baseados no princípio da plena transparência”, Ele prometeu ainda “realizar audiências públicas prévias nos processos de grandes licitações”, além de disponibilizar, na internet, “todas as informações de compras, convênios e contratos, incluindo objeto, valores, áreas de execução e todas as informações inerentes à boa gestão pública”, mas gastou mais de R$ 400 milhões sem concorrência pública e nem à Câmara Municipal ele tem prestado contas de seus atos.



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