sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Muita firula e pouca informação

Essa semana, o secretário municipal das Cidades de Nova Iguaçu, Hélio Aleixo, foi à Câmara prestar contas. Aleixo compareceu depois de faltar duas vezes a outras convocações. Dessa vez, levou muito material de demonstração mais pouco explicou. O data show, papelada e planilhas não foram suficientes para explicar como está sendo aplicado na cidade os recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Aleixo ficou de mandar depois material sobre quantas obras foram feitas, o que foi gasto, o que falta fazer, quanto foi recebido e quanto falta chegar, perguntas para as quais ele deveria estar treinado.

O autor das perguntas foi o jovem vereador Thiago Portela que quase não se conteve quando o secretário deixou de responder suas perguntas. Não é para menos, Aleixo sabia que esse deveria ser o questionamento mais importante a ser feito pelos vereadores, mas simplesmente ignorou e não estava preparado para respondê-la. A verdade é que o PAC continua uma caixa preta onde o governo guarda seus maiores segredos. Ao mesmo tempo que divulga que Nova Iguaçu foi a cidade no país que mais recebeu verbas, R$ 300 milhões, não sabe explicar porque a maioria das obras está parada.

Para quem acompanha o repasse de verbas em Brasília não é tão difícil desvendar o mistério que esse governo de faz-de-conta tenta impor. As verbas vão sendo repassadas na medida em que as obras são concluídas. Quem promove a liberação é a Caixa Econômica Federal. Se as obras não forem concluídas no prazo determinado então o restante da verba não chega. É exatamente isso que está acontecendo na cidade. O prefeito Lindberg Farias abriu tantas frentes de obras que não consegue dar conta de todas elas. Golpe típico da direita para ganhar as eleições, foi copiado vergonhosamente por esse governo que ainda se denomina de esquerda.

No entanto, parece que, pelo menos dessa vez, as inverdades contadas por Aleixo e por outros secretários que passaram pela Câmara não vão ficar impunes. Os vereadores vão reunir documentos e comprovar que o que foi dito na Câmara está muito longe da verdade. O material será enviado ao Ministério Público e vai se somar a mais processos para um governo que já acumulou 600 deles ao longo de quatro anos. A resposta da Justiça vai chegar quando eles menos esperarem para atrapalhar candidaturas e mais desvios de verbas. O futuro dirá.




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