terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Farra com o dinheiro do povo

Planilha da Secretaria da Juventude de Nova Iguaçu sugere que assessores estariam recebendo dois salários diferentes.

Cinco pessoas lotadas na Secretaria Municipal da Juventude, em Nova Iguaçu, criada pelo prefeito Lindberg Farias ({PT), para abrigar militantes da ala jovem do partido podem estar recebendo dois salários diferentes em um único mês. Pelo menos é o que sugere uma planilha de vencimentos da secretaria, que é controlada pelo grupo de Anderson Batata, candidato a vereador derrotado nas urnas e ex-presidente de uma entidade estudantil.

No documento, ao qual esse jornalista teve acesso e que deverá ser encaminhado ao Ministério Público ainda essa semana, aparecem 26 nomes de assessores com os respectivos vencimentos, cinco com anotações “Salário 1” e Salário 2", com valores diferentes. É o caso dos terceiro e quarto nomes da lista. O terceiro nome aparece um vencimento de R$ 1.460,00 outro de R$ 1.700,00, um total de R$ 3.160,00 enquanto o quarto nome tem duas anotações, uma R$ 1.460,00 e outra de R$ 1.850,00, somando R$ 3.310,00. Ao lado do novo nome da planilha aparece um salário de R$ 600 e outro de R$ 1.100, enquanto o 21º nome surge com um vencimento de R$ 730 e outro de R$ 300. O 22º nome do documento também aparece com dois salários, um de R$ 600 e outro de R$ 300.

Segundo uma fonte ligada a secretaria, as pessoas que aparecem supostamente com dois salários diferentes seriam ligadas a Anderson Batata e a Alexandre Brito, o Xandão. Os dois foram procurados para falarem sobre o assunto, mas não foram encontrados.



Assessores fantasmas


Essa não é a primeira vez que surgem denúncias de possíveis irregularidades no pagamento de salários a servidores nomeados em cargos comissionados na estrutura administrativa de Nova Iguaçu. No ano passado denúncias dando conta de que cerca de 700 pessoas haviam sido nomeadas pelo prefeito Lindberg Farias em cargos não existentes no organograma da Prefeitura e recebiam sem trabalhar foram encaminhadas ao Ministério Público. Essas pessoas seriam cabos eleitorais dos vereadores da base aliada do governo.

Além dessas denúncias o Ministério Público tomou conhecimento ainda de que cooperativas como a Multiprof, Captar e Total Saúde estavam sendo usadas para abrigar apadrinhados políticos que também recebiam sem trabalhar. O caso que mais repercutiu foi o de uma empregada doméstica que trabalhava para o então secretário de Governo, Fausto Severo Trindade e recebia através de uma dessas cooperativas.




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