O Ministério Público abriu inquérito para investigar duas aposentadorias muito estranhas, uma no valor de R$ 2,6 mil e outra de cerca de R$ 10 mil, concedidas pelo órgão de previdência dos servidores de Cabo Frio, o Ibascaf, de uma maneira, digamos assim, muito familiar, coisa de pai para filho, de irmão para irmão... Os casos são tão gritantes que numa delas o processo andou de trás para frente e, se depender da promotoria, o beneficiário também terá de entrar na máquina no tempo e devolver centavo por centavo.
Parece incrível mas é verdade. Está lá no processo administrativo homologado e ratificado por dois membros da família Corrêa, muito conhecida na cidade onde mandaram por 12 anos. O ex-prefeito Alair Corrêa deu entrada no pedido de aposentadoria no dia 12 de dezembro de 2001 e foi aposentado no dia 26 de outubro do mesmo ano, quando seu filho, Márcio Corrêa, que era presidente da Câmara de Vereadores, assumiu interinamente a Prefeitura.
Tem mais, a aposentadoria de Alair, está lá no processo, tramitou em tempo recorde: em um dia recebeu todos os pareceres favoráveis e a decisão final foi tomada por uma contadora, que na época, além de ocupar uma diretoria do Ibascaf, tinha procuração para cuidar dos negócios particulares do ex-prefeito. Dias depois o benefício foi homologado por Achiles Corrêa, que comandou o Ibascaf e foi secretário de Administração. Achiles também foi aposentado pela previdência municipal, com um benefício de cerca de R$ 10 mil.
Quem detectou o plano de aposentadoria familiar é o vereador Jânio Mendes. Ele debruçou sobre a lista de aposentados e pensionistas do Ibascaf e está descobrindo coisas muito suspeitas. Se as irregularidades forem confirmadas pelo Ministério Público muitos benefícios concedidos até dezembro de 2004 poderão ser anulados. Por conta disso tem muita gente com insônia na cidade.
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