sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

O último a saber

O Brasil inteiro assistiu, essa semana, o bate-boca entre os ministros da Agricultura e do Meio Ambiente, Ronald Stephanes e Marina Silva, com os dois tirando os seus da reta, diante de um patético presidente Lula, que se esforçava para mostra-se surpreso com a notícia de que nos últimos cinco meses – mostram as imagens de satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – cerca de sete mil quilômetros quadrados de florestas da Amazônia foram desmatados.

Cobrados pelo presidente, os ministros jogaram um para o outro a responsabilidade. Marina Silva dizia que o desmatamento aumentou por causa do avanço da agricultura sobre a floresta. Stephanes, por sua vez, tratava de desmentir Marina diante das câmeras e microfones. Deixaram claro que não sabem de nada e que lá estão apenas para “tapar o sol com a peneira”.

Sempre tive profunda admiração pela senadora Marina Silva, uma acreana preocupada com a defesa da Amazônia e dos seringais. Agora sinto pena. Marina bate de frente o tempo todo, mas é sempre atropelada pelos demais ministros. Já Stephanes, esse não merece admiração alguma. Está sempre do lado que está mandando.

A ministra do Meio Ambiente culpa expansão do cultivo da soja e das áreas destinadas à pecuária e o fornecimento de árvores para as siderúrgicas de ferro-gusa pelo desmatamento. Também acredita que o aumento do preço da madeira e das commodities estaria tornando o desmatamento ainda mais atraente. A descoberta põe água no chope do governo que por três anos consecutivos comemorou redução da devastação da Amazônia, que, no período de período 2006/2007 havia sido de 11,2 quilômetros quadrados, menos da metade do desmatado em 2003/2004, 27,3 quilômetros quadrados.






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