sexta-feira, 23 de setembro de 2011

A verdade relativa

“Uma abóbora é uma abóbora porque estabeleceu-se esse nome para o tal fruto, mas pode não ser uma abóbora.” Papo louco esse, não? Pois é, mas os filósofos dizem que é filosofia pura, coisa de pensador. Estou falando desse jeito meio louco para explicar o comportamento daqueles que vêem uma coisa, tocam nessa coisa, identificam-na como a tal coisa, mas dizem que ela é outra coisa, mas não é a coisa.
Esquisito, não? Dou essa complicada toda para chegar ao caso da suposta falta de merenda nas escolas da rede municipal de ensino. A comida está na mesa, as crianças estão se alimentando, mas o pensamento “relativo” vai determinar que aquilo não é merenda. Sabem por que? É que para os descontentes com a alternância no poder a verdade é a aquela que eles, por motivos estranhos aos interesses da população, precisam acreditar.
Me falam muito sobre demissões e para responder aos questionamentos tenho de me aprofundar no assunto. “Ah, estão demitindo dedicados agentes comunitários de Saúde”. É verdade, amigos, isso está ocorrendo sim. Se são dedicados ou não essa substituição tem de ocorrer e não é por questão política. É preciso legalizar o Programa Saúde da Família e a Secretaria de Saúde me informa que não demitiu nenhum agente que esteja dentro do que o Ministério da Saúde determina. Tem médico protestando porque perdeu o emprego no PSF. Queria o que? Ficar recebendo como profissional de PSF e atuar como médico plantonista?
Amigos, as regras do PSF dizem que o profissional tem de trabalhar de segunda a sexta, oito horas por dia e que essa carga horária tem ser cumprida em uma única unidade de atendimento e quando foram pegos no contrapé alegaram que estavam ausentes porque trabalhavam em várias unidades do programa ao mesmo tempo. Bem, agora virão os defensores da “verdade relativa” a dizerem que “é, mas não é”.
O ouvir dizer para muitos é verdade absoluta e para esses mesmos muitos a palavra projeto soa como embromação e a mudança é ruim porque não lhe encaixou como solução pessoal. Tem gente que me escreve se dizendo decepcionado porque não conseguiu a direção daquela escola ou o comando daquele posto médico. Amigos, a mudança tem de ser boa é para o coletivo e não para o interesse pessoal de cada um que saiu às ruas pedindo votos. Entendo que a mudança tem de estar muito acima da nossa visão pessoal. Se não pensarmos em termos gerais jamais conseguiremos ver o despontar de um novo horizonte.

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