quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Em Guapimirim é proibido pedir aumento

Os professores da rede municipal de ensino de Guapimirim estão mantendo uma espécie de linha direta comigo. Me escrevem contando sobre as dificuldades, falam de seus anseios, queixam-se do salário baixo e da falta de diálogo com o prefeito que se faz de surdo e mudo quando a questão é o funcionalismo. Também me dizem de algumas assombrações, de pessoas que estariam recebendo sem trabalhar... Isso é muito grave, excelência!
 Uma professora concursada que está na rede desde 2005 questiona, por exemplo, o vencimento de R$ 545. O salário líquido chega a R$ 887 com o Fundeb. Isso é muito pouco, prefeito. Se o senhor gastar um pouco menos com festas poderá fazer uma graça com a categoria, pondo mais comida na mesa dessas profissionais, que também precisam se vestir, comprar remédios, pagar conta de luz, telefone e, em muitos casos, até o aluguel. Muitas delas, prefeito, sustentam a casa sozinhas.
“Até hoje não temos um plano de cargos e salários, sou professora 2, mas desviada de função desde quando concluí minha faculdade (2005). Sou pós-graduada e até hoje nada de planos de cargos. Eu e mais um monte. O município somente paga R$ 887 (líquido) para os professores 2. O professores 1 recebem R$ 100 a mais. Existem professores atuantes como professores 1 que nem terminaram a universidade e mesmo assim recebem como professores 1. Já os desviados formados, continuam recebendo como 2. Não temos um investimento na nossa qualificação, auxílio transporte e nada. E o pior se questionamos se teremos aumento ou algum benefício. Dizem assim: Quem não estiver satisfeito, avise por favor, que mandaremos embora! Bem... existem funcionários que recebem sem trabalhar e infelizmente os que trabalham, não podem nem obter um esclarecimento e nem questionar dos seus direitos. Uma vez disse no setor de Departamento Pessoal da Prefeitura, que gostaria de abrir uma solicitação de enquadramento. Simplesmente disseram que não poderia por não existir nenhuma autorização para isso.”
Bem, está aí o relato da professora. O nome dela? Vai ficar guardadinho aqui no meu arquivo, para que ela não venha receber nenhum tipo de punição pela coragem de reclamar comigo sobre aquilo que ela não pode dizer aos que mandam em Guapimirim.


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