segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Uma conversa sobre Núbia

Hoje pela manhã conversei bastante  com um colega de profissão que atualmente trabalha em Teresina, lá no longínquo Piauí e, entre um assunto e outro, ele tocou no nome da ex-prefeita de Magé, Núbia Cozzolino. Luiz Miguel, ex-companheiro de redações no Rio, me dizia ter ficado chocado com aquelas cenas que a televisão mostrou para o mundo inteiro: Núbia, visivelmente transtornada, correndo e gritando em praça pública, causando grande alvoroço em frente ao Palácio Anchieta, sede do governo que foi seu por quase cinco anos. Miguel concordou comigo quando escrevi aqui que ela merecia um final de carreira mais honrado, não pelos escândalos, pelas irregularidades apontadas pelo Ministério Público e as denúncias de corrupção, mas pelo que fez em termos de obras. Sempre afirmei aqui e em converas com amigos que Núbia foi a melhor prefeita que Magé já teve em se tratando de obras físicas, mas o que joga tudo por terra são os poréns...
A conversa ganhou vários contornos até que meu visitante falou: “Mas ela está sendo apedrajada sozinha. Não vejo ninguém apanhando junto com ela. Será que ela agiu só nesse tempo todo? Cadê os que se beneficiaram dos atos a ela atribuídos? Não vejo nada sobre eles, sequer escuto os nomes deles”.
A ponderação de Luiz Miguel me fez parar para pensar que Núbia apanha em todos os setores, mas os que dela se serviram passam despercebidos e hoje fingem até que não a conhecem. Fogem dela como se temessem um contagio. Núbia matou a sede e fome de poder de muitos, assim como pôs comida na mesa de muita gente. A coisa era mais ou menos assim: “Não quero ela perto de mim, mas quero os votos que ela puder me arrumar”. Tem ainda os que falavam assim: “Ela pode ser o que for, mas pode nos render muitos votos e é isso que interessa. O resto é problema da Justiça e do povo de Magé que vota nela e em quem ela apresentar como candidato”.
Encerrei a conversa dizendo que até 31 de julho desse ano era assim mesmo que se pensava e que agora ela foi deixada a própria sorte, pois foi abandonada por aqueles que dela e de seus atos se serviram por muitas vezes. Eu, aqui no meu canto, mesmo massacrado pelos que pensam ao contrário, continuo achando que ela, em termos de obras, foi a melhor prefeita que Magé já teve e que o problema são mesmo os poréns.


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