quinta-feira, 18 de junho de 2009

Uma tropa de elite

Cargos na prefeitura de Nova Iguaçu usados para abrigar

exército de cabos eleitorais.


Um ano após o Tribunal de Contas do Estado (TCE) ter feito uma auditoria na Prefeitura de Nova Iguaçu, apontando a existência de 865 funcionários fantasmas, todos lotados na Secretaria de Governo, novas denúncias dando conta de que várias pessoas ainda estariam recebendo sem trabalhar na administração municipal iguaçuana foram feitas na semana passada. Dessa vez as denúncias envolvem a Articulação Política, que, segundo relatório que deverá ser encaminhado ao Ministério Público nos próximos dias, estaria abrigando militantes do Partido dos Trabalhadores de vários municípios, alguns com salários superiores a R$ 2 mil, formando uma tropa de cabos eleitorais de elite para o prefeito Lindberg Farias.

De acordo com a denúncia, a prefeitura estaria abrigando petistas do Rio, Niterói e outras cidades da Baixada Fluminense, inclusive o ex-vereador de Magé, Carlos Eduardo Rodrigues da Silva, o Eduardo do PT, que não que não conseguiu se reeleger e ganhou um cargo de sub-secretário, com salário líquido de R$ 2.234.78. Nessa quinta-feira, por volta das 11h, Eduardo foi visto na Rua João Valério, em frente a sede do PMDB, em pleno horário de expediente.

“Coração de mãe”.

Por conta do grande número de nomeações, agregando pessoas até de outros estados, a administração petista em Nova Iguaçu está sendo chamada pelos servidores efetivos de “coração de mãe”, porque sempre cabe mais um militante desempregado. “Tem gente na folha de pagamento que nunca vimos por aqui. Se todos os nomeados aparecerem para trabalhar não haverá espaço no prédio principal nem os setores quem funcionam em imóveis alugados”, disse uma procuradora concursada.

Além da Articulação Política a Secretaria de Governo, afirmam funcionários de carreira, continua abrigando cabos eleitorais. “Recentemente foram feitas várias nomeações de pessoas indicadas por vereadores do bloco de sustentação do prefeito. São pessoas que recebem da prefeitura para ficarem a disposição dos vereadores. Essa gente ganha muito bem, enquanto nós que trabalhamos somos muito mal pagos”, disse uma funcionária no setor de recursos humanos.

Ainda de acordo com a denúncia feita por funcionários de carreira, o gabinete do prefeito também tem uma lista de privilegiados que custariam cerca de R$ 1 milhão por ano. Uma lista enviada ao vereador Thiago Portela aponta 13 super-assessores nomeados pelo prefeito, alguns residentes em outros estados. De acordo com a lista estariam lotados no gabinete do prefeito os assessores especiais Antonio de Neiva Moreira Neto, José Aurélio Alves Rocha, Fabiano Muniz da Silva, Marcelo Lessa da Silva, Ana Beatriz Goulart Farias, Hélio Ricardo Leite Porto, Jayme Orlando Ferreira, Antonio de Gouveia Henrique Neto, Luiz Carlos Cardoso, Maria Helena Lavinas de Morais, Aldo Guilherme Cintra de Oliveira, Paulo Roberto Pereira de Sant’Ana e João Nunes dos Santos.




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