segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Sem crédito e sem escola

Nova Iguaçu tem 25 mil crianças fora das salas de aula e Prefeitura

não consegue alugar imóveis para abrigar unidades de ensino.

Durante a primeira gestão do prefeito Lindberg Farias (PT), o município de Nova Iguaçu recebeu, só para o setor de Educação, R$ 264 milhões e mesmo assim não foi construída uma escola sequer. Por conta disso existe hoje em Nova Iguaçu um déficit de quase 25 mil vagas na rede municipal de ensino e o início do ano letivo pode ser transferido para abril, o que prejudicará ainda mais os alunos.

O déficit foi revelado pelo secretário de Educação, o sociólogo Jailson de Souza e Silva. Segundo ele, esse problema só poderá ser resolvido com a construção de novas escolas e a conclusão das reformas iniciadas e não concluídas pela Prefeitura, obras que foram paradas por falta de pagamento. Jailson teve coragem de assumir isso durante audiência pública realizada na Câmara de Vereadores e depois levou uma bronca do prefeito por ter falado a verdade. Lindberg não gostou do fato de Souza ter falado a verdade, mas não mostrou nenhuma solução para o problema.

O secretário revelou que está encontrando dificuldades para alugar imóveis para abrigar os estudantes, o que foi confirmado por uma fonte do próprio gabinete do prefeito. “A Prefeitura está devendo aluguéis de vários imóveis. Tem casos de mais de um ano de atraso. Nenhum proprietário que fazer negócio com a administração por causa desse histórico de inadimplência”, disse a fonte.

Os problemas do setor existem desde a gestão da vereadora Marli Freitas na secretaria de Educação. Foi na administração dela que as obras de reforma e ampliação de escolas foram interrompidas, com as empreiteiras reclamando da falta de pagamento

Calote prejudica os alunos

De acordo com o vereador Thiago Portela (PPS), vai ser difícil mesmo a Secretaria de Educação alocar os estudantes para outros espaços. “Infelizmente, sabemos que o prefeito Lindberg Farias tem fama de mal pagador. Por isso a dificuldade em encontrar locais para serem alugados pela Prefeitura”, afirmou o vereador Thiago Portela.

Durante a audiência foi lembrada a situação da Escola França Carvalho, no bairro da Prata, em construção desde 2006. A mãe de uma aluna denunciou que as crianças da localidade são obrigadas a estudar em condições subumanas, em uma escola particular alugada pela Prefeitura. O secretário de Educação disse não ter como prever a data do término das obras.

Na gestão passada a Prefeitura iniciou a reforma de várias escolas e não concluiu nenhuma delas. É o caso, por exemplo, da Escola Municipal Marechal Mascarenhas de Moraes, localizada no bairro Santa Eugênia. Entretanto, a situação que mais causa revolta é a da Escola França Carvalho, com as obras paradas há mais de dois anos.





0 comentários: