Até o dia 4 de outubro do ano passado o deputado Alair Correia (PMDB) era visto como o bam-bam-bam da política na região dos lagos. Se intrometia em Araruama, Iguaba, São Pedro da Aldeia, Búzios e se posicionava como o “rei” de Cabo Frio, onde achava-se imbatível. Estava redondamente enganado, pois no dia seguinte tomou uma coça nas urnas. A derrota, entretanto, não serviu para o velho cacique “baixar a crista”.
Confirmada a vitória do reeleito Marquinho Mendes (PSDB), Alair passou a espalhar na cidade que Mendes não seria diplomado e quem receberia o diploma seria ele. Dia 18 de dezembro Marquinho foi diplomado, mas Alair continuou tentando “cantar de galo”: “Eu serei empossado dia 1º de janeiro”. Quem acreditou nisso ficou decepcionado, pois Mendes iniciou o segundo mandato e tem, com folga, apoio na Câmara de Vereadores. Entretanto Alair saiu-se com outra: disse que ainda vai assumir a Prefeitura este ano.
Um político com a história de Alair deveria saber que eleição se ganha no voto e que a vontade do eleitor é soberana. A impressão que se tem a cada afirmação de Alair sobre o resultado das eleições em Cabo Frio é a de desequilíbrio. Correia é um grande homem, fez muito por sua cidade e ainda tem muito a contribuir, mas para isso precisa aceitar a derrota e dedicar-se ao mandato de deputado, levando Cabo Frio a falar alto e em bom som na Assembléia Legislativa. Ele também precisa aceitar que não há mais espaço para “coronéis” na política.
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