O ultimo sábado tinha tudo para ficar marcado na história de Nova Iguaçu como um grande dia para a democracia. O prefeito Lindberg Farias (PT), que disputa a reeleição e o deputado Nelson Bornier (candidato do PMDB), haviam marcado suas concentrações para o centro da cidade. Farias receberia alguns ministros e Bornier o governador Sérgio Cabral, mas o que se viu pode ser chamado de tudo, menos de uma festa democrática, pois, para fazer número e ocupar o maior espaço possível o PT trouxe vários ônibus de fora do município, com pessoas estranhas à cidade a qual pretende continuar governando.
O PMDB havia escolhido primeiro a Praça Rui Barbosa, mas chegou tarde. O espaço que é do povo estava tomado de pessoas que mais pareciam preparadas para uma guerra do que para sustentar o apoio ao candidato do PT. Ficou evidente que estavam ali para evitar, a todo custo, a presença do adversário. Sem outra saída, Bornier chamou os militantes para a Rua Nilo Peçanha, achando que com isso as coisas seriam mais tranqüilas. Enganou-se. Pelo rádio, parte dos supostos militantes do PT foi convocada para se dirigir ao local onde o PMDB faria manifestação. Eu vi. Ninguém me contou. Passava pelo calçadão quando ouvi uma mulher falar ao rádio: “Mande o maior número de mulheres para cá, porque com mulher ninguém vai reagir. Vamos tomar o espaço deles na marra. Vamos expulsar eles de lá também. Vamos partir para a porrada”.
As coisas não precisavam ser assim. Todos tem o direito de se manifestar, independente do credo religioso, da opção sexual e da tendência política, mas isso não vem sendo respeitado ultimamente na cidade. A impressão que se tem é de que o pessoal que comanda essa baderna está pretendendo o pior, buscando talvez um cadáver para depois exibir como mártir de um luta desnecessária que só interessa mesmo aos inimigos da democracia, a essa gente estranha que pensa que Nova Iguaçu é a extensão de seus quintais.
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