segunda-feira, 6 de junho de 2011

É errado, mas está certo viu?


Inea obriga Prefeitura e Universidade Rural a jogarem lixo na CTR de Seropédica

Além da Prefeitura do Rio, as de Mangaratiba, Itaguaí, Seropédica e até a Universidade Federal Rural vão descartar lixo na Central de Tratamento de Resíduos Sólidos Santa Rosa, construída sobre um dos maiores reservatórios subterrâneos de água do estado, o Aquífero Piranema. Decisão nesse sentido foi tomada pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea), que notificou os prefeitos e o reitor da UFRRJ, Ricardo Miranda, que vinha engrossando a luta contra a CTR, que entrou em operação no dia 20 de abril, antes mesmo do término da primeira fase da obra.
"Somos obrigados a tolerar lixões enquanto não se constroem aterros com a destinação adequada. A CTR de Seropédica já está recebendo lixo do Rio, e não há razão para que não receba de Seropédica, Itaguaí e Mangaratiba, que ficam no entorno", afirmou a presidente do Inea, Marilene Ramos, presidente do Inea.
A Prefeitura de Seropédica começou a depositar o lixo da cidade na CTR Santa Rosa no mês passado. De acordo com Ademar Quintanilha, secretário de Meio Ambiente, mesmo sendo contra o aterro, não há outro jeito. “Somos obrigados a jogar lixo na CTR para não incorrer em crime ambiental. Porém, espero que sejam adotadas novas tecnologias, como incineração para geração de energia e reciclagem”, afirmou.
Outro que discorda da localização da CTR Santa Rosa é o Secretário de Meio Ambiente de Itaguaí, Jaílson Barboza Coelho. Ele afirma que a Prefeitura de Itaguaí vai começar a usar o aterro de Seropédica esse mês.
Notificada pelo Inea, depois que um caminhão da instituição foi flagrado jogando lixo num aterro sem cuidados ambientais adequados, a reitoria da Universidade Federal Rural emitiu nota afirmando que o recolhimento de resíduos sólidos é feito através de uma parceria com a Prefeitura de Seropédica, que usa um caminhão e motorista cedidos pela instituição.
Sobre as falhas apontadas no projeto por ambientalistas, Adriana Felipetto, presidente da Ciclus, empresa que administra a CTR, explicou que entre as tecnologias empregadas estão a tripla camada de impermeabilização do solo feita com mantas reforçadas de polietileno de alta densidade e sensores ligados a um software que indica qualquer anormalidade no solo. Ela disse ainda que o chorume, líquido resultante da decomposição dos resíduos, vai virar água de reuso, e o biogás será transformado em energia e convertido em créditos de carbono.
“Estamos implantando a central de tratamento de resíduos mais moderna do Brasil. Ela conta com uma tripla impermeabilização de base, o que torna impossível haver qualquer tipo de contaminação. Outra inovação é transformar o passivo, que é o lixo, num ativo para toda a sociedade. Do resíduo vamos obter o gás que vai gerar energia limpa, o chorume, que é o líquido negro, vamos transformar em água de reuso e pretendemos ainda gerar insumo para as indústrias poderem se instalar na região”, afirmou Adriana.


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