terça-feira, 19 de maio de 2009

Voto vira moeda de troca em Nova Iguaçu

Na Câmara de Vereadores as mensagens só entram em pauta depois de muita conversa com o prefeito Lindberg Farias, que teve a criação de mais quatro secretarias rejeitadas porque não teria distribuído cargos suficientes.

A aparente independência dos vereadores de Nova Iguaçu caiu por terra nos últimos dias. Como na legislatura passada, eles voltaram a só votar as mensagens do prefeito Lindberg Farias depois de negociarem cargos. A manobra ficou clara quando a maioria votou pela criação de seis novas secretarias. Logo depois, os vereadores Carlos Ferreira, o Ferreirinha e Fernando Cid, foram escolhidos para assumir duas secretarias. Cid ficou com a recém-criada Secretaria de Meio Ambiente e Agricultura e Ferreira com a Secretaria de Fazenda, desalojando Walney Rocha para Obras, outra secretaria criada pelo grupo a toque de caixa. No entanto, Lindberg Farias queria mais e enviou para Câmara a criação de outras quatro secretarias.

Depois de tudo certo entre os vereadores e o prefeito, foi a vez de votarem pela cessão de uma rua para que o Top Shopping pudesse fazer uma ampliação com um investimento de R$ 80 milhões. Enquanto as votações aconteciam, Lindberg publicava em Diário Oficial as nomeações dos cabos eleitorais e apadrinhados. Em poucos dias foram mais de 250 nomeados para agradar ao grupo de vereadores, mas, eles ainda não estavam satisfeitos. Bastou então um pequeno deslize de Lindberg para o grupo voltar atrás: quando parecia tudo acordado e a criação das outras secretarias eram favas contadas, o grupo recuou e não aprovou as secretarias. Mais do que isso, ameaçou votar as contas do prefeito do exercício de 2007, forçando o prefeito, mais uma vez, chamar o presidente da Câmara para negociar.

De olho na Codeni

De acordo com uma fonte ligada ao presidente da Câmara, a intenção do presidente Marcos Fernandes é nomear o vice-presidente da Companhia de Desenvolvimento de Nova Iguaçu (Codeni), autarquia controlada pelo grupo da vice-prefeita Sheila Gama e do marido dela, o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Aluísio Gama. Marcos teria feito pressão e teve vários cargos exonerados e, como reação, completa a fonte, “manipulou o grupo e deu 30 dias para que o prefeito explique possíveis irregularidades em suas contas”.

“Com isso o prefeito voltou atrás. Os dois conversaram mais uma vez e, pelo jeito, até o final dessa semana tudo estará novamente acordado. Pelo menos até que o prefeito resolva deixar de cumprir sua palavra mais uma vez o que já é de se esperar uma vez que Lindberg é conhecido por não cumprir o que promete”, completou a fonte.

Segundo um membro do grupo, o trunfo das contas será mantido o máximo de tempo possível. “Enquanto não aprovarmos as contas o prefeito estará em nos-sas mãos”, disse o vereador, concordando que es-sa relação só atrapalha o andamento da cidade, pois enquanto a maioria dos membros da Câmara faz o prefeito Lindberg Farias de refém para conseguir cargos, assuntos realmente importantes ficam de lado, já que para o grupo não são importantes na hora da negociação.




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