quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Por quem os sinos dobram...

"Quando morre um homem, morremos todos, pois somos parte da humanidade." Essa é um das muitas passagens profundas do romance “For Whom the Bell Tolls” (Por quem os sinos dobram), escrito em 1940 pelo autor norte-americano Ernest Hemingway, narrando a história de um professor de inglês, Robert Jordan, um jovem que ingressou nas Brigadas Internacionais, tornou-se especialista em explosivos e recebeu a missão de explodir uma ponte. Jordan e outros personagens acabaram fracassando, porque viram nos inimigos seres humanos que poderiam estar em qualquer lado nessas guerras idiotas travadas por bestas que se dizem grandes líderes.

“Por quem os sinos dobram” não tem nada a ver com o Natal. Os sinos de Hemingway badalam nos despertando a pensar sobre a condição humana, nos leva a refletir sobre as decisões tomadas pelos loucos que se reúnem em gabinetes luxuosos para remapearem o mundo de acordo com seus interesses, transformando pais e filhos em soldados, inserindo-os numa luta que não é deles, colocando-os a serviço da morte e da destruição. A guerra narrada nesse romance foi tão absurda quantos as reais, mas os personagens, inclusive os que morreram, fizeram uma grande descoberta: são seres humanos e não monstros ou máquinas.

Por que vou lá no fundo da memória e rebusco For Whom the Bell Tolls”? É porque no mundo de hoje, quando a violência nos leva a necessidade de pedir desculpas até a quem pisa em nossos pés, precisamos despertar para a consciência de que somos todos seres humanos, inclusive quem puxa o gatilho.

Feliz Natal para todos e que o badalar dos sinos nos acorde para uma vida melhor e que 2011 seja o ano do começo de uma nova vida e que tenhamos tempo para perceber que precisamos nos transformar em seres humanos melhores.

Fiquem com Deus. Vou descansar, pois também sou filho de Deus. Retorno no dia 5 de janeiro. Até lá!


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