domingo, 15 de março de 2009

O preço do silêncio

Na semana passada falei sobre cinco contratos de terceirização de serviços que custarão ao município de Nova Iguaçu mais de R$ 55 milhões. As cooperativas Captar, Total Saúde e Multiprof continuarão faturando alto mesmo sem ter participado de uma concorrência pública sequer e certamente não terão seus contratos fiscalizados pelo Poder Legislativo, pois grande parte dos vereadores acaba se beneficiando dessa terceirização, empregando seus exércitos de cabos eleitorais.

Foi assim nos quatros anos do primeiro mandato do prefeito Lindberg Farias (PT) e não será diferente agora, pois o grupo de oposição, formado inicialmente por 14 vereadores já começou a se render à proposta do governo: 30 cargos para cada um na estrutura da administração municipal e pelo menos mais 100 boquinhas nas cooperativas para os que passarem a votar de acordo com os interesses de Lindberg. A Câmara Municipal de Nova Iguaçu tem 21 vereadores, sendo que 10 foram reeleitos no ano passado e desses apenas um, Jorge Marote, não tinha cargos no governo. Os demais, não é segredo para ninguém, se fartaram com as boquinhas garantidas pelo prefeito em troca do silêncio e da cumplicidade de um Legislativo omisso e covarde.

Sei que muitos deles vão espernear ao ler essas linhas, mas isso é problema deles e estou me lixando para o que possam pensar, pois, graças a Deus, não dependo deles para nada e meu compromisso é com os fatos. A verdade é que essa oposição iniciada no dia 1º de janeiro já começou com hora marcada para acabar, pois vereadores como Marcos Fernandes, Carlos Ferreira, Marli Freitas, Fernando Cid, Rosangela Gomes e Marivaldo Amorim, não são nada diferentes de Xandrinho, Marcos Rocha, Carlinhos Presidente, Fernando Nagi e Daniel da Padaria. Sempre foram governo e não teriam a menor condição de sobreviverem politicamente sem as benesses da maquina administrativa.

O fim da oposição, me confidenciou um membro importante da bancada do governo, começa nos próximos dias e se concluirá em abril, quando as contas referentes ao exercício de 2007 serão colocadas em votação e deverão ser aprovadas com voto favorável de pelo menos 15 vereadores.

Por conta desse acerto escancarado que eles costumam chamar de “acordo político” ou “garantia de espaço no governo”, os setores de Saúde e Educação permanecerão falidos, as obras continuarão interrompidas e o dinheiro do povo seguirá sendo gasto com a mesma falta de transparência verificada no mandato anterior, mas para esses nobres representantes do povo tudo estará bem, pois o que queriam estará garantido.



Vingando no carro


Um agente de trânsito da Prefeitura de Nova Iguaçu me fez um alerta. Disse que a placa do meu carro teria sido passada pelo supersecretário Antonio Duarte Araújo, o Tuninho da Padaria, com a seguinte recomendação: emitir uma multa por dia.



Incoerência


José Graciosa, um dos três conselheiros do Tribunal de Contas sob investigação da Polícia Federal e da Assembléia Legislativa, diz que é inocente e que nada tem a esconder, mas foi à Justiça duas vezes para dificultar as investigações. Primeiro tentou evitar a quebra de sigilo bancário e telefônico. Agora conseguiu uma liminar para travar a CPI.



Subjudice 1


A eleição da mesa diretora da Câmara de Vereadores de Porto Real está sob o exame da Justiça, o que significa dizer que quem venceu a disputa pela presidência da Casa poderá não permanecer no cargo.



Subjudice 2


Deverá ser julgado nos próximos dias, em última instância, o recurso que ainda mantém o deputado estadual Alcebíades Sabino sentado em sua cadeira na Alerj.



Sem acordo


Não deu em nada o encontro do ex-governador Anthony Garotinho com o prefeito de Duque de Caxias, José Camilo dos Santos, o Zito. Garotinho deverá mesmo é aportar no PTB.



O retorno


Farid Abrão, ex-prefeito de Nilópolis, está preparando a campanha para deputado estadual.



Pé no freio


Já o ex-prefeito de Guapimirim, Nelson Costa Mello, o Nelson do Posto, depois da morte do irmão Renato, deverá rever o projeto de candidatar-se a deputado no próximo ano, permanecendo ao lado do sobrinho, Júnior, na Prefeitura.




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