Captar, pois é, está lá no dicionário, “é atrair, granjear por meios astuciosos ou fazendo valer o próprio mérito; aproveitar, colher nas nascentes, trazer para dentro”. No caso da campanha do PT pela reeleição em Nova Iguaçu a difícil tarefa de arrecadar recursos ficou para um membro do PTB, que está muito longe do jogo-de-cintura e da astúcia de um Roberto Jefferson, o deputado estadual licenciado e sexto secretário municipal de Saúde, Walney Rocha. Ele administra uma receita de quase R$ 180 milhões e boa parte dela é gasta com cooperativas de multiserviços como a Captar, Total Saúde, Multiprof e com empresas de terceirização de mão-de-obra, tais como Eims e a Imunitec, que não faturam tanto quanto as cooperativas, mas botam uma grana firme para dentro.
No final de semana conversei com uma figura de proa da administração, uma dessas pessoas que o prefeito Lindberg Farias (PT) usa para mandar recados a esse jornalista, como se alguém aqui estivesse interessado em conversa fiada. O colaborador mandou essa: “Walney como captador de fundos está se saindo com um bom secretário”. Quem conhece a realidade do setor de Saúde no município entendeu a ironia do colaborador.
Todo mundo sabe que quem ajuda financeiramente a um político quer uma vantagem futura. Nunca soube que empresários jogassem dinheiro fora. Quem “investe” R$ 100 mil numa campanha espera do eleito um retorno pelo menos dez vezes maior. Isso é assim desde que o Brasil é Brasil, onde a legislação permite manobras que favorecem o direcionamento de licitações e até que não se faça licitação alguma, usando aquela manjada “emergencial” que só mesmo o pessoal do Tribunal de Contas e os vereadores engolem com facilidade.
Pois então. Mesmo com tantos recursos administrados, estendeu-se o colaborador, Rocha estaria enfrentando sérias dificuldades para captar doações e a fonte explica por que: “É que o prefeito não cumpre nada. Promete a mesma coisa para dez pessoas diferentes e as deixa a ver navios”.
Vaca magra 1
E por falar em dificuldades para conseguir recursos para a campanha, o prefeito Lindberg Farias foi à São Paulo na semana passada. O colaborador disse que ele foi atrás de gente que ganhou muito em Nova Iguaçu nos últimos anos. Deveria dar uma esticadazinha até João Pessoa, Capina Grande e Recife também, mas esquecer Brasília, pois lá não estão querendo muito papo com ele ultimamente.
Vaca magra 2
O que tem de vereador da base do governo reclamando de falta de grana para a campanha não está no gibi. Um passarinho verde do bico dourado contou à coluna que na semana passada Marcos Fernandes teria dito poucas e boas ao prefeito e que por pouco não chegaram a “vias de fato”.
Com a palavra Lindberg e o vereador.
Enfim...
Demorou mas aconteceu. Quase um mês após ter sido notificado pela Justiça Eleitoral o presidente da Câmara de Vereadores de Nova Iguaçu, Jorge Marotte (PMDB), decidiu empossar o suplente Miguel Ribeiro (PPS), na vaga do vereador Fausto Azevedo, cassado por infidelidade partidária. Quem conhece a história comenta que estavam esperando fechar o mês para que Fausto fosse para a casa com o salário no bolso.
Patinho feio
Quem anda muito jururu pelos cantos é o prefeito de São João de Meriti, Uzias Mocotó (PSB). Tem choramingado muito, dizendo que nenhum dos candidatos à Prefeitura quer o apoio aberto dele. “Eles aparecem aqui e pedem ajuda da máquina administrativa, mas não me querem no palanque”, costuma reclamar.
WO imaginário
Tem muito candidato a prefeito achando que vai conseguir vencer as eleições no “tapetão”. Estão esquecendo que só ganha um jogo quem o disputa para valer e que a Constituição é a lei superior. Qualquer pensamento contrário a ela é balela, conversa para boi dormir. Condenação, está lá, só transitada em julgado.
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