sábado, 23 de agosto de 2008

Está faltando criatividade na campanha

Em Paracambi candidato usa jingle e slogan de ex-prefeito de São João de Meriti, enquanto em Belford Roxo e Mesquita prefeitáveis imitam político de São Gonçalo.

No município de Paracambi carros e som espalham um jingle muito conhecido em São João de Meriti, enquanto que nas ruas de Mesquita e Belford Roxo as musicas de dois candidatos a prefeito lembram a que se ouvia em São Gonçalo no ano de 2000, quando o pediatra Henry Charles foi eleito prefeito com o povo cantando “Chame o doutor”. Tanto em Paracambi como em Mesquita e Belford Roxo as prefeituras estão sendo disputadas por médicos, que se são bons em suas funções o mesmo não pode ser dito em termos de criatividade, pois plagiaram slogans e jingles antigos.

Numa alusão a disputa de 2004, quando elegeu-se prefeito, mas foi cassado seis meses depois por compra de votos, Flávio Campos Ferreira está com a campanha sustentada pelo slogan “Quando o povo quer não tem jeito, o povo quer ...”, frase que ancora o refrão de seu jingle. Tanto a frase como o refrão são da campanha do ex-prefeito José Amorim, falecido este ano, que em 2004 tentou retornar à Prefeitura de São João de Meriti.

A campanha de Amorim teve como marqueteiro o produtor de televisão e publicitário, Teodoro Moreira, conhecido no meio como Patto Rocco, que hoje atua nas campanhas do PT em Paracambi, PSC no Rio e PDT em Cabo Frio.


“Chame o doutor”


Ex-vereador em Nova Iguaçu e atualmente membro da Câmara de Mesquita, o clínico geral Jorge Campos é candidato à Prefeitura de Mesquita pelo PMDB. Os carros de som fazem ecoar pelas ruas da cidade o mesmo slogan que o povo de São Gonçalo ouviu em 2004.

Bem perto de Mesquita, no município de Belford Roxo, a propaganda do obstetra Alcides Rolin (PT), que já foi vereador e atualmente cumpre um mandato de deputado estadual, repete a frase e convoca a população a “chamar o doutor” nas urnas.

“Durante as campanhas eleitorais o plágio torna-se comum. Apoderam-se das idéias, dos arranjos musicais, das letras e ninguém é responsabilizado por isso. Como se tratam de políticos, uma classe tão desacreditada nesse país, esse tipo de coisa, esse comportamento antiético já não causa tanta estranheza”, afirma o sociólogo José Gilberto Ladeira.

Em Belford Roxo o plágio não é percebido apenas na campanha do candidato a prefeito pelo PT. Os postulantes a vagas na Câmara de Veadores usam e abusam de músicas de todos os gêneros, adaptando letras nada inteligentes. Do funk ao forró se ouve de tudo nas ruas da cidade.




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