Obra orçada inicialmente em R$ 960 mil teria sido elevada para cerca de R$ 1,5 milhão. Locação de máquinas também será questionada
Quanto custou a reforma do Ciep Professora Vera Lúcia Pereira Coelho? Essa resposta terá de ser dada pelo prefeito Marcelo Zelão (PT), pois o contrato inicial para a obra era de R$ 960 mil mas há informações de que teria sido feito um termo aditivo elevando o custo para cerca de R$ 1,5 milhão. Lideranças locais vêm reclamando da falta de transparência nas licitações realizadas pela Prefeitura nos dois últimos anos para a contratação de obras e serviços. Em 2009 e 2010, revelam, vários editais foram publicados, mas essas publicações não teriam sido vistas na cidade.
O questionamento sobre o valor pago pela reforma do Ciep será feito nos próximos dias através de representação junto ao Ministério Público e requerimento com pedido de informações a ser apresentado na Câmara de Vereadores. Em junho do ano passado o prefeito divulgou que a Prefeitura estava investindo um total de R$ 1,4 milhão nas obras do Ciep, na reforma da Escola Municipal Osmar Alfradique e na revitalização da Praça Orlando Pedro Xavier, mas um reajuste contratual teria aumentado o contrato do Ciep em pelo menos 50%.
Além do valor da obra, vários processos licitatórios também deverão ser questionados, principalmente os de locação de máquinas pesadas. “No ano passado o município gastou R$ 250 mil com aluguel de máquinas. A administração precisa esclarecer quantas máquinas foram alugadas e quantas horas cada uma delas trabalhou efetivamente para se chegar ao valor pago”, disse um vereador que até a última sexta-feira tinha três requerimentos de informação prontos para serem submetidos ao plenário da Câmara.
“Vou protocolar os requerimentos e pedir que sejam levados ao plenário. Se meus colegas votarem contra não terei outra alternativa a ser recorrer ao Ministério Público”, completou o vereador.
Ditadura na saúde e na educação
Na última sexta-feira, em e-mail enviado ao jornalista Elizeu Pires, um parente de uma professora contratada para atuar na rede municipal de ensino, contou que a educadora foi ameaçada de não ter o contrato renovado por ter feito críticas à administração municipal e reivindicado melhorias para a comunidade onde vice-prefeito Fernando Augusto Bastos, que responde pela Secretaria Municipal de Educação e com a esposa do prefeito, a chefe de gabinete Márcia Valéria Xavier, tendo sido alertada para não falar da atual administração.
Alguns funcionários dos setores de saúde e educação tem reclamando de “patrulhamento” em seus locais de trabalho. “As condições de trabalho são péssimas. Tem faltado de tudo e não podemos abrir a boca. Somos obrigados a fingir que está tudo bem, mas a população que busca atendimento médico nas unidades da Prefeitura sabe que não está”, afirma uma enfermeira. Segundo ela, apesar da falta de alguns medicamentos e até de materiais básicos, materiais esterilizados estariam sendo enviados para o município de Maricá, administrado pelo também petista Washington Quaquá, que atualmente enfrenta três CPIs e sete inquéritos na Câmara de Vereadores.
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