segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

E o vilão agora sou eu?


Não sei se foi por ordem dos feitores, mas recebi hoje à tarde 53 mensagens de pessoas  se apresentando como professores contratados da rede municipal de ensino de Magé, me acusando de “semear a discórdia”, de fazer “terrorismo” contra o governo, de tentar jogar o povo contra  “um governo legalmente instalado”, com “legitimidade garantida pelo estado democrático de direito”. Estou pasmo com tamanha desfaçatez, mas não surpreso, pois conheço muito bem os métodos empregados por essa família que se julga dona do município e senhora da vontade do povo.
Em 2009, quando publiquei uma série de reportagens sobre a educação de Magé, a ex-deputada Jane Cozzolino reuniu dezenas de diretoras de escolas e as levou a assinar procurações para que fossem movidas ações judiciais contra esse jornalista. É ridículo, mas foi verdade. Pelo menos 40 delas aceitaram o jogo e seus nomes foram usados para formularem queixas visando transformar em criminoso o profissional de imprensa que nesse momento vos escreve. Não cometi crime algum. Minha consciência, minha formação como ser humano e minha conduta profissional são suficientemente firmes para me afastarem de qualquer postura criminosa. Tenho orgulho do que sou e minha família também. Meus filhos me beijam a face conscientes do pai que tem. Durmo bem todas as noites.
Estou acostumado com ataques. Isso não me assusta. Não me incomoda nem um pouco. O que me preocupa é saber que pessoas subjugadas se prestem a isso, pois se  não fizerem o que os feitores mandam, correm sérios riscos de sofrerem com  as chibatadas do desemprego, de serem amarradas no tronco da perseguição e trancadas nos porões da incerteza.
Que Deus tenha misericórdia dos que são obrigados a alugar suas consciências, que tenha piedade dos que aplaudem quando deveriam vaiar, dos que atacam seus defensores quando deveriam enfrentar seus algozes.  Gente, quem está sendo afetado não sou eu. Essas flechas ferem a vocês mesmos, pois eu estou protegido pelo escudo da verdade. 

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