Até câmaras de cidades pobres como Japeri não deixam esses eventos passarem em branco. Ao povo sobra a conta para pagar
Os presidentes das câmaras de vereadores de todo o território fluminense terão de explicar quanto essas instituições gastaram com viagens e hospedagens de seus membros nos último cinco anos a titulo de participações em congressos de aproveitamento duvidosos. Esse é o objeto de uma investigação do Ministério Público Estadual, tomando por base denúncias de gastos excessivos e desnecessários apresentadas por entidades como associações de moradores e conselhos. Se forem encontradas irregularidades na prestação de contas a promotoria deverá ajuizar ações de improbidade administrativa para garantir a devolução do dinheiro gasto aos cofres públicos.
De acordo com uma fonte do MPE, há casos de participação em até quatro congressos por ano, com os vereadores se revezando, para todos poderem ir a pelo menos numa dessas viagens, normalmente feitas para cidades no Nordeste. “Mesmo os municípios mais pobres não deixam de enviar representantes e o pior é que os gastos não são nada transparentes e nem o Tribunal de Contas do Estado tem informações precisas sobre as despesas feitas com essas viagens”, afirmou a fonte.
Caras e supérfluas
Para algumas lideranças comunitárias o legislativo municipal é caro e supérfluo. A Câmara de Vereadores de Magé, por exemplo, passa o ano inteiro discutindo o “sexo dos anjos”. Não existem propostas realmente favoráveis aos interesses da população e os membros da Casa são vistos apenas como representantes de si mesmo.
“Essa é, talvez, a pior composição que a Câmara Municipal de Magé já teve. É cada um puxando para seu lado. Os vereadores antes eram cegos, surdos e mudos quando se tratavam de denúncias envolvendo o Poder Executivo. Agora eles se superam. São membros do próprio Executivo, já que quem controla a Câmara é o prefeito interino. Dinho Cozzolino é prefeito e presidente da Câmara ao mesmo tempo, pois o presidente interino, Leonardo da Vila, não toma uma decisão sem a permissão de Dinho”, enfatiza um ex-vereador da cidade.
Japeri
Conforme a Tribuna da Região já noticiou, Japeri é o município mais pobre da Baixada Fluminense, mas parece que os vereadores locais não sabem disso e se sabem não têm um pingo de consciência, pois os membros do Poder Legislativo local tem viajado bastante. Os congressos promovidos por entidades como a União de Vereadores do Brasil (UVB) caem como uma luva para eles e cada viagem pode custar até R$ 50 mil aos cofres da municipalidade.
O quanto o município já gastou com essas viagens e o que esses congressos realmente representam para a população ninguém sabe e só mesmo uma investigação poderá esclarecer isso. No ano passado aconteceram pelo menos quatro congressos e isso resulta em despesas com passagens aéreas e hospedagens em hotéis.
Presidido pelo vereador José Alves do Espírito Santo, o Zé Ademar e integrada ainda pelo vereadores Kerly Gustavo Bezerra (PSDB), Cezar de Mello (DEM), Álvaro Carvalho (PSC), José Waldir de Macedo (PSB), Márcio Rodrigues Francisco (PSC), Marcos Arruda (PTdoB), Oswaldo Henrique (PMDB), o Guigo da Padaria, Reginaldo de Souza, o Rei e Jorge Dantas (ambos do PT), o Poder Legislativo de Japeri custa em média R$ 300 mil mensais.
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