Somando os 48 salários recebidos durante quatros anos de mandato um vereador consegue, no máximo, um rendimento de R$ 280 mil. Descontando o imposto de renda cai para uns R$ 210 mil. Isso nos municípios com mais de 200 mil habitantes. Basta fazer as contas para se concluir que não está nada bem intencionado aquele que gasta entre R$ 500 mil e R$ 1 milhão para se eleger. Será que esse indivíduo gosta tanto do povo que está disposto a pagar para representá-lo na Câmara? Tem de ser muito idiota para acreditar em tamanha generosidade.
A verdade é que o Poder Legislativo, inclusive o estadual e o federal , é um grande balcão de negócios. Os gastos em campanha são enormes e não são a fundo perdido. É uma espécie de investimento, pois o que os vereadores mais fazem é agir como representantes comerciais. Em Magé, por exemplo, o forte é o aluguel de caminhões, venda de remédios e merenda escolar. O fornecimento de carne é um grande negócio. Não sei se a coisa é boa para os doentes internados nos dois hospitais municipais ou para as crianças nas escolas, mas para o fornecedor e seu agente, é uma maravilha.
Em Nova Iguaçu, Belford Roxo, São João de Meriti e Duque de Caxias não é diferente. Tem vereador até controlando a camelotagem. Vergonhoso, não? Você acha que um vereador interessado em fazer de seu mandato um exercício mercantil vai representá-lo de verdade, vai brigar pelos interesses da sociedade que o elegeu? Pense isso.
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