Ouvi hoje o ministro da Educação, Fernando Hadad sair em defesa do livro “Por uma vida melhor”, distribuído para turmas de educação de jovens e adultos (EJA) em todo o Brasil, que nos obriga aceitar como certo o jeito errado de falar e classifica de preconceito e discriminação a reação imediata de se corrigir, por exemplo, o aluno que numa sala de aula vir a pronunciar incorretamente a frase “Nós pegamos peixe”. Presta atenção professora. Se seu aluno soltar um “nóis pega peixe” você terá de tomar cuidado ao ensiná-lo a forma correta, porque o ministro e a professora aposentada Heloisa Ramos, uma das autoras do livro, entendem que ele não se expressou de maneira errada.
Passei a vida inteira pensando que a escola existe para nos ensinar o certo. Agora, em pleno século 21 percebo que estou errado e que aquela professorinha que se esforçou tanto para me alfabetizar poderia ter deixado passar um inocente “nóis foi” ou um “nóis vai” de vez em quando. Que bom que os livros do meu tempo não foram escritos por essa senhora nem avaliados por Hadad e sua turma.
Ao explicar o inexplicável a professora chama de “classe dominante” os que falam de maneira correta e ela diz isso num dos trechos de sua obra prima: “É importante saber o seguinte: as duas variantes (norma culta e popular) são eficientes como meios de comunicação. A classe dominante utiliza a norma culta principalmente por ter maior acesso à escolaridade e por seu uso ser um sinal de prestígio. Nesse sentido, é comum que se atribua um preconceito social em relação à variante popular, usada pela maioria dos brasileiros”. No trecho abaixo ela arremata:
“'Os livro ilustrado mais interessante estão emprestado'. Você pode estar se perguntando: ‘Mas eu posso falar ‘os livro?’.’ Claro que pode. Mas fique atento porque, dependendo da situação, você corre o risco de ser vítima de preconceito linguístico. Muita gente diz o que se deve e o que não se deve falar e escrever, tomando as regras estabelecidas para a norma culta como padrão de correção de todas as formas linguísticas. O falante, portanto, tem de ser capaz de usar a variante adequada da língua para cada ocasião”.
Tirem “ocês” suas “conclusão”. Agora vou “discansá”, pois já “trabaiei” muito hoje.
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