segunda-feira, 11 de abril de 2011

União contra o lixo em Seropédica


Só a união de forças, com a federalização do esforço das entidades envolvidas contra o empreendimento, poderão evitar que o município de Seropédica venha ser transformado na lixeira do Rio e impedir que o maior reservatório subterrâneo de água do estado, o Aquifero Piranema, seja afetado. A opinião é do vereador Valter Valeriote, o Valtinho do Frigodutra, que desde 2007 vem lutando contra a construção do CTR, inclusive enfrentando barreira dentro do Poder Legislativo, que pela maioria de seus membros aprovou mudanças na Lei Orgânica do Município para permitir que a empresa S/A Paulista pudesse levar o projeto adiante.
“Entendo que a reitoria da Universidade Rural de deveria apelar para a esfera federal do Poder Judiciário, buscando apoio da Procuradoria da República. Creio que o Ministério Público Federal, se provocado pela universidade, devido aos riscos que o CTR representa para a própria UFRRJ, que é a maior instituição de ensino da América Latina e um importante patrimônio histórico, ingressaria com a ação necessária para tentar impedir essa tragédia que é o CTR. O momento é de unir forças. Estou à disposição da reitoria e da associação de docentes”, afirmou Valtinho.
Para o vereador, a escolha da Fazenda Santa Rosa, que está sobre o Aqui-fero Piranema foi um grande erro. “Não estou aqui criticando o projeto do CTR. Entendo que essa seja a maneira mais correta de dar destino final ao lixo. O que combato é a instalação nesse local. É um grave erro de planejamento estratégico, pois os danos ambientais são muito grandes”, concluiu Valtinho.
 Conforme a Tribuna da Região já noticiou, o professor do Instituto Três Rios (ITR/UFRRJ), o doutor em Planejamento Ambiental, Cícero Pimenteira, entende que a possibilidade de um acidente na área do Centro de Trata-mento de Resíduos é muito maior do que os ambientalistas imaginam.

Reitoria ainda não agiu
Até agora todas as tentativas jurídicas para tentar a impedir o funcionamento do CTR foram derrotadas na Justiça e o reitor da universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRJ), Ri-cardo Motta Miranda, apesar dos riscos ao patrimônio que é a entidade, ainda não entrou na luta da forma como os professores da instituição gostaria.
Na semana passada circulou em Seropédica um encarte especial do boletim 138 da Associação de docentes da UFRRJ, denunciando “a omissão do Estado e da reitoria diante das causas ambientais” e comunicando que já que o reitor não cumpre a deliberação da entidade e do Conselho Universitário, a associação resolveu agir, recorrendo à Justiça.
Os membros da associação de Docentes e do conselho Universitário aprovaram um manifesto contra a construção do CTR e deliberaram que a reitoria ingressasse com uma ação judicial por conta das perdas e danos que incidirão sobre o município de Seropédica e sobre a UFRRJ, mas nada aconteceu até agora.  A Associação dos docentes da Universidade federal Rural também defende que a questão deve ser levada para o âmbito federal e por si mesma, com apoio da comunidade já havia impetrado um conjunto de ações judiciais, mas tem agido sem nenhuma apoio da reitoria.

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