Um débio mental que se apresenta como Pastor Francisco Vieira, o “ex-bruxo Tio Chico”, vem abusando da boa fé do povo evangélico, falando barbaridades no que chama de “testemunho de um ex-servo de satanás”. O cara-de-pau, nascido em setembro de 1960, tem hoje 50 anos, mas pelo que diz que já foi, deve ter mais de 100. Fala que deu os nomes da Chevrolet, da instituição financeira Crefisul e do carro Marea, lançado pela Fiat em 1998, que teriam origem satânica. Diz que foi maçom e que na Maçonaria sacrificou bodes, crianças e chegou ao Grau 32. Assegura que foi o pai de santo de várias autoridades, políticos e artistas. Que matou 22 criancinhas em rituais e 40 homens a bala. Disse mais: fez o pacto da Xuxa com o diabo e, a pedido do ex-governador de São Paulo, Orestes Quercia, preparou um feitiço para matar a cantora Clara Nunes, tendo recebido US$ 45 milhões para isso. Que macumba cara, gente!
O pastor picareta também afirma nos púlpitos das igrejas nas quais é convidado a pregar, que matou ainda o comunicador Chacrinha através de um trabalho de magia negra encomendado por Rita Cadilac e recebeu US$ 1 milhão como pagamento. Que loucura, gente! Mas tem mais: diz ter disparado um tiro de escopeta no peito do filho de oito anos e o menino sobreviveu; que foi atirador de elite da Polícia Federal e funcionário do Banco Central, onde desviava dinheiro dos clientes. Desde quando o Bancen tem correntistas? O imbecil, muito aplaudido por evangélicos do interior do pais, diz nos púlpitos que em sua iniciação lhe foi aplicado sangue de bode nas veias. Em seus sermões esse idiota responsabiliza a Maçonaria pelo suposto assassinato e estupro de uma filha de 12 anos. Diz que essa violência precedeu de uma oferta tentadora: quiseram dar a ele US$ 350 milhões e um BMW para ele retornar à ordem e como não aceitou, a barbaridade foi cometida.
Gente, na Maçonaria não tem bode nenhum e o que se venera é Deus, o Grande Arquiteto do Universo. A história do bode é uma lenda e vou contá-la agora. A história do bode vem do ano de 1808, baseada num costume popular nos séculos II e III D.C., quando se notava que os judeus, num ato de expiação, falavam ao ouvido dos bodes, pois acreditavam que se sentiriam mais leves fazendo essas confidências. Confessariam seus erros ao animal, pois esse sim, guardaria segredo.
Em 1808, na França bonapartista, a Igreja Católica e o imperador começaram a perseguir as instituições e a Maçonaria não foi poupada. Muitos irmãos foram presos e torturados, mas jamais abriram a boca para delatarem os membros da ordem. Irritados, os carrascos da Inquisição diziam a seus superiores: “Esses homens são como bodes. Não falam uma palavra contra os seus”. Essa é a lenda e o bode é aquele que guarda segredo.
Em tempo: Nenhum dos crimes confessados pelo ex-bruxo aconteceu de verdade. Ele não matou ninguém. Tanto que nunca foi processado por isso, mas usa dessas fantasias para enganar os evangélicos. Ainda em seu testemunho ele conta que comandou o tráfico na Rocinha e tinha 380 bandidos sob suas ordens. Não há registro disso na polícia carioca. Ele também fala que ia a Miami e voltava no mesmo dia só para atender os caprichos da esposa, que também gostava de comer sushi no Japão e o obrigava a ir a Tókio e voltar em 24 horas. É possível isso? Claro que não, mas tenho certeza de que muitos evangélicos vão me escrever essa semana dizendo que eu agora estou perseguindo o povo de Deus.
Quem quiser conhecer as loucuras desse pastor pode entrar no Google e digitar ex-bruxo Tio Chico. Vão encontrar dezenas de vídeos dele falando nas igrejas. Tirem vocês as conclusões.
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