Promotoria arrola prefeito e mais dez por danos aos cofres públicos através de supostas transferências de dinheiro em contas de servidores da Prefeitura
O prefeito de Maricá, Washington Luiz Cardoso Siqueira (PT), poderá ser afastado do cargo a qualquer momento pela Justiça a pedido do Ministério Público, para que as investigações de denúncias sobre irregularidades em sua administração não sejam prejudicadas. Quaquá, como o prefeito é conhecido nos meios políticos, já acumula sete CPIs na Câmara de Vereadores, vários procedimentos investigativos e teve abertos este mês, pelo Ministério Público Estadual, três novos inquéritos, todos por improbidade administrativa, envolvendo suposto uso indevido dos recursos públicos, sendo que em dois deles o principal objetivo da investigação é o possível desvio de dinheiro.
De acordo com as denúncias protocoladas no MP, apenas no primeiro ano de governo de Quaquá e somente na Secretaria de Obras, o dano aos cofres da municipalidade pode ter chegado a R$ 15 milhões. Segundo documentos aos quais a Tribuna da Região teve acesso, através do Inquérito Civil Público 149/2011, por exemplo, a Promotoria de Tutela Coletiva, núcleo de Niterói, arrolou o prefeito e mais 10 pessoas, que estão sendo investigadas por um suposto rombo nos cofres municipais, possivelmente através de transferências de recursos públicos entre contas bancárias de membros do governo. Um dos investigados é Arthur Billé de Jesus, que foi secretário de Obras em Maricá e agora está nomeado em Teresópolis, cidade comandada pelo prefeito Jorge Mário, que também é alvo de vários e inquéritos e está correndo riscos de ter o mandato cassado.
Outro membro do governo na mira do Ministério Público é a secretaria de Administração, Maria Helena Alves de Oliveira, acusada de favorecer uma empresa de informática em contrato firmado sem licitação, Maria Helena, que é fiscal de renda da Prefeitura de Niterói, ocupou cargos importantes nas prefeituras de Nova Iguaçu e Manaus, onde responde também por suposto favorecimento a empresas de informática. Ela é vista em Maricá como uma supersecretária, apadrinhada por caciques do PT.
Além de Washington Quaquá e de Arthur Billé, estão arrolados no Inquérito 149, instaurado no dia 14 deste mês para apurar “improbidade administrativa, danos ao erário, decorrentes de supostas transferência de dinheiro entre contas bancárias de servidores públicos”, Monique Antunes, Cesar Correa, Joselayne Santos, Maria Nazaré Almeida, Daiana Ramalho da Silva, Ana Claudia da Silva Viana, Elizabete Pereira, Carlos Conceição e Leila Desidério.
Possível uso de dinheiro público em campanha também é apurado
Além de investigar denúncias de irregularidades em contratos para a realização de obras e prestação de serviços no município de Maricá, o Ministério Público Estadual suspeita de que a máquina administrativa foi descaradamente usada para beneficiar a primeira-dama Rosangela Zeidan, que em 2010 foi candidata a deputada estadual pelo PT. Foram protocoladas denúncias dando conta de que cabos eleitorais de vários municípios, principalmente da Baixada Fluminense, teriam sido nomeados para cargos comissionados, com o único propósito de atuar na campanha de Zeidan, que não conseguiu se eleger.
No dia 8 de abril o núcleo de Niterói da Promotoria de Tutela Coletiva instaurou o Inquérito Civil 144/2011 para investigar ato de improbidade administrativa e dano ao erário decorrentes de aumento de despesas durante o período eleitoral, com gastos excessivos e possível desvio de recursos.
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