Nova Iguaçu não quer mais receber lixo de outras cidades
Uma medida tomada pela Prefeitura de Nova Iguaçu está causando problemas e polêmica. No último dia 13 a prefeita Sheila Gama emitiu um decreto proibindo o descarte de lixo de outras cidades no Centro de Tratamento de Resíduos (CTR), de Adrianópolis e acionou sua equipe de fiscalização para impedir a entrada dos caminhões. Na última sexta-feira, entretanto, a empresa S/A Paulista, concessionária do CTR, ganhou uma liminar na Justiça derrubando os efeitos do decreto. Houve muita confusão, porque os agentes da Prefeitura se recusaram a cumprir a decisão judicial. A empresa que controla o aterro sanitário entende que a medida adotada pela Prefeitura é arbitrária e pretende levar à batalha judicial às últimas conseqüências, enquanto que a procuradoria do município pretende recorrer contra a liminar.
Segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura, o decreto barra o descarte de Lixo extraordinário de outros municípios, mas não vale para Mesquita. A medida, explica a assessoria, é uma tentativa de prolongar a vida útil do aterro sanitário de Adrianópolis, que até março recebia cerca de 100 mil toneladas de resíduos sólidos por mês. O CTR tem licença operar até 2020.
De acordo com o presidente da Empresa Municipal de Limpeza Urbana (Emlurb), João Deiró, o decreto não vale para o município de Mesquita, porque a Prefeitura daquela cidade está respaldada por decisão judicial. Segundo Deiró, a intenção da Prefeitura de Nova Iguaçu é reduzir no mínimo pela metade a quantidade de lixo despejada mensalmente no CTR.
“Mau cheiro”
O descarte de lixo de outras cidades do aterro sanitário de Nova Iguaçu é um problema antigo. A Câmara de Vereadores sabe disso desde 2003, mas somente agora resolveu agir abrindo uma comissão de investigação. “Nosso aterro tem vida útil até 2020. Se continuarmos a receber todo esse lixo, daqui há três, quatro anos, sua capacidade já estará comprometida. Isso sem falar na desordem e sujeira que esta quantidade de caminhões traz para Nova Iguaçu. O chorume que eles vão largando pelas ruas provoca mau cheiro e risco de transmissão de várias doenças”, justifica o vereador Marcos Fernandes, presidente da Câmara e defensor da investigação.
Fernandes, entretanto, passou os últimos seis anos em silêncio sobre esse e qualquer outro assunto que precisasse ser investigado, para não bater de frente com o então prefeito, o hoje senador Lindberg Farias (PT). Na verdade, Marcos Fernandes e seus pares, fizeram de tudo para impedir qualquer tentativa de investigação nos últimos anos, mas hoje a dedicação é tanta que até operações nas ruas a Câmara está fazendo.
Na semana passada, além de Fernandes, pelo menos outros cinco fiéis escudeiros de Lindberg - Fernando Cid, Marcos Rocha, Denílson Ambrosio, Daniel da Padaria e Jorge Marote – participaram de uma blitz contra o que vinham tolerando há anos e agora, de maneira súbita, os incomoda.
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