segunda-feira, 25 de abril de 2011

Coisas de Magé


Recebi agora a pouco e-mail de um mageense indignado me contando a seguinte história: 

                "O gerente de uma conceituada loja do centro de Magé, contou-me  que sua tia tomou conhecimento que a Prefeitura de Magé estava admitindo professoras para trabalhar em vários colégios do município. Dirigiu-se à Prefeitura a fim de se informar sobre o cargo. Sugeriram que falasse com um determinado vereador, uma vez que as vagas seriam preenchidas por indicação dele. Procurou-o e o mesmo indicou que a professora se dirigisse à Secretaria de Educação. Feita sua ficha, em seguida solicitaram que no dia seguinte fosse ao colégio situado em frente a Delegacia de Piabetá, a fim de fazer a prova de capacitação profissional. A prova foi simplíssima, feita propositalmente para não haver reprovação. Admitida, recebeu uma senha para abrir conta no Banco Itaú, promessa de mais de R$ 1.150,00 mensais.
                Maravilhoso, aparentemente tudo estava certo. Estava, mais nem tanto. Decorridos mais de quarenta dias, já tendo recebido o primeiro salário, foi chamada para conversar e o teor da conversa, foi mais ou menos assim: “Você sabe como é que é, né? Precisamos que você traga xerox de títulos de eleitores.” A professora, sem querer perder o emprego, foi atrás desses títulos. Pediu aos pais, tios, vizinhos, conhecidos...
                Depois de conseguir de várias pessoas, levou-os de onde partiu a ordem, e perguntou se era suficiente. Responderam a ela que quanto mais ela conseguisse, mas estaria segura no emprego. Então, ela recorreu ao sobrinho(o gerente citado) para que ele, igual aos outros, desse a xerox de seu título. Tendo recebido a seguinte resposta: “Eu não me pactuo deste tipo de sujeira”. Diante da recusa do pedido, ela cortou o relacionamento com o sobrinho e sua esposa.
                Depois, soube-se que outros vereadores participam do mesmo esquema de corrupção eleitoral. Quando soube dessa história, me senti obrigado a relatá-la. Me sinto envergonhado e espero sinceramente que o fato seja investigado pelas autoridades competentes. Até quando ficaremos de braços cruzados?"
                Com a palavra o Ministério Público.


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