Postura da primeira dama já cria problema entre os poderes Executivo e Legislativo. Vereador afirma que para falar com o prefeito é necessário “aval” da esposa
Quem manda em Silva Jardim? O prefeito ou a primeira-dama? É isso que comunidade e alguns vereadores querem saber, despertados pela influência que a esposa do prefeito Marcelo Zelão (PT), a chefe de gabinete Márcia Xavier estaria exercendo no governo, a ponto de decidir quem será atendido pelo homem que venceu a eleição em 2008 prometendo mudanças e oportunidades iguais para todos.
No dia 11, por exemplo, os moradores da localidade de Aldeia Velha esperavam pelo prefeito para cobrarem dele o cumprimento de promessas feitas durante a campanha e até registradas por ele em cartório. Quem apareceu foi a primeira dama e os moradores ficaram sem saber por que os compromissos assumidos a mais de dois anos não foram cumpridos até agora.
O “poder” da primeira dama já está sendo apontado também como uma das causas do estremecimento iminente da relação do Poder Executivo com o Legislativo. Na semana passada, em discurso na tribuna da Câmara o vereador Selmo Corrêa afirmou que para falar com Marcelo Zelão é preciso passar pela avaliação de Márcia Xavier. “Isso é um absurdo. Eu não votei na primeira dama. O que falta no governo é postura e atitude”, afirmou o vereador, disparando que muitas prioridades estão sendo invertidas no município, segundo ele, “talvez por vaidade do prefeito”.
Para o vereador, a principal inversão está da criação da moeda social Capivari, projeto que já custou cerca de R$ 500 mil ao município, mas que não estaria dando retorno. A moeda mal circula pelo comércio, que ainda não sentiu o aquecimento esperado. Não sei se esta moeda tem lastro ou o quanto foi impresso. Este projeto foi questão de vaidade do prefeito, enquanto temos muito problemas em Silva Jardim”, afirmou Selmo, afirmando ainda que as prioridades do município têm que girar em torno da saúde, educação e acessibilidade, áreas que ainda precisam de muitos investimentos no município.
Onde estão as máquinas alugadas?
“Recebi reclamações de moradores que não conseguiram retirar suas mercadorias na serra. As nossas estradas estão em condições precárias. Será que o secretário de Obras não anda pela cidade? Eles têm duas pick-up alugadas e sem identificação, podendo ser utilizadas até fora do expediente, menos para resolver os problemas da cidade”, disparou Selmo.
Essa fala do vereador foi provocada pelo estado precário em que se encontram as estradas na zona rural, situação que não deveria acontecer, porque a Prefeitura conta com várias máquinas alugadas, contratos que já teriam custado mais de R$ 300 mil aos cofres da municipalidade. O vereador ressaltou que em outros momentos o governo tinha grande dificuldade para investir em infraestrutura, mas, mesmo assim, conseguiu abrir estradas e melhorar a qualidade de vida das comunidades mais distantes, como Bananeiras e Gaviões. “Não tinha dinheiro, mas a estrada para Bananeiras foi aberta. Hoje o município não carece de recursos, mas de eficiência”, concluiu.
Quem também não está gostando do desempenho da administração municipal é a vereador Marcilene Xavier. Ela afirma que a Câmara não pode fechar os olhos para os problemas de Silva Jardim. “Se o município tem máquinas agregadas, elas têm que trabalhar. Senão não pode receber. Nós vereadores não podemos ficar omissos. Temos que saber onde está a máquina que não está trabalhando. Está na casa de alguém?”, questiona Marcilene.
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