O ministro da Defesa, Nelson Jobim, aquele grandalhão que adora processar jornalistas que criticam suas insanidades, convenceu o governo de que o Brasil precisa investir algo em torno de R$ 30 bilhões comprando 36 aviões de guerra.
Até semana passada estava certo que as aeronaves escolhidas seriam os Rafale, modelo fabricado pela francesa Dassault. Eram, porque bastou a visita do presidente Barack Obama para a coisa mudar de figura. A presidente Dilma Roussef está propensa a comprar os caças Revue, da Boeing.
Obama veio ao Brasil, não ofereceu nada, atrapalhou o comércio da Cinelândia, seus seguranças desrespeitaram os ministros brasileiros impondo uma constrangedora revista e ainda sai levando a promessa de que seus brinquedinhos de guerra serão comprados pela Colônia. Sim, Colônia, pois foi assim que o Brasil foi tratado pela tropa pessoal do presidente Americano.
Diante disso convido todos a refletirem lendo o poema “Caipira”, de autoria de Joel Marques, musicado por Maraí:
Caipira
O que eu visto num é linho,
Ando inté de pé no chão
E o cantá dum passarinho
É pra mim uma canção.
Vivo cum a poeira da enxada
intranhada no nariz,
Trago a roça bem plantada
Pra servir meu país.
Sou desse jeito e num mudo,
Na roça nóis tem de tudo
E a vida num é mentira.
Sou livre feito um regato,
Eu sou um bicho do mato,
Me orguio de ser caipira.
Doutô, eu num tive estudo
Só sei mesmo é trabaiá.
Nessa casa de matuto
É bem–vindo quem chegá.
Se tenho as mão calejada
É do arado rasgando o chão,
Se minha pele é queimada
É o sor forte do sertão.
Enquanto argúem faiz guerra,
Trazeno fome e tristeza,
Minha luta é com a terra
Pra não fartar pão na mesa.
As veiz vou a cidade,
Mas num sei falá direito,
Pois caipira de verdade
Nasce e morre desse jeito.
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